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quinta-feira, 28 de julho de 2016

Cuidado com a doutrina de Balaão e dos nicolaítas


Cuidado com a doutrina de Balaão e dos nicolaítas - O famoso e falecido literato norte-americano, John Updike, certa vez escreveu: “Sexo é como dinheiro – só é suficiente em excesso”. Mas os norte-americanos modernos não são o único povo obcecado com sexo; ele tem possuído as mentes dos homens por milênios (como várias pinturas rupestres deixam claro). O mesmo pode ser dito da terceira igreja abordada no Apocalipse de São João. Pérgamo era como a Brasília da Ásia. Era a sede do governo Romano na província e o centro da adoração imperial. Foi a primeira cidade a erigir um templo ao césar Augusto (assim como a Zeus e ao deus-serpente Esculápio). E, assim como certos setores da igreja hoje, as pessoas na igreja em Pérgamo haviam sucumbido à idolatria e estavam obcecadas por sexo (o que, com frequência, vem lado a lado). Nem tudo ia mal, contudo. João prefacia a carta do Messias ressurreto e rei desse modo: “Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes” (Apocalipse 2.12), o que se refere às palavras verdadeiras de Cristo que condenam todos aqueles que negam a verdade. Há uma guerra pela verdade ocorrendo em Apocalipse a qual, com frequência, é travada com palavras – o que não é de surpreender, uma vez que a Palavra lidera essa batalha. Cristo elogia a igreja em Pérgamo por sua fidelidade – mesmo diante do aparentemente incomum incidente de violência física contra certo Antipas, acerca de quem nada mais se sabe. Ele recebe a aprovação definitiva: “minha fiel testemunha” (v. 13). O mesmo elogio é usado acerca do próprio Jesus no capítulo 1, versículo 5. Será que Antipas também morreu como mártir nas mãos dos imperialistas? “Conheço o lugar em que habitas”, Cristo Jesus diz, “onde está o trono de Satanás” (v. 13). Quão apropriado é que o Senhor de todas as coisas tenha menosprezado a majestade imperial de Roma dessa maneira. O césar, que ousava aceitar do povo os brados que o aclamavam como soter (salvador), em gratidão por resgatar Roma das disputas internas e externas, era adorado nessa cidade. Mas há outro rei, isto é, Jesus, e somente ele é digno do tipo de louvor que era oferecido nos templos de Augusto, Trajano ou Adriano. Assim, o “trono de Satanás” se coloca em direta oposição ao trono celestial na grande batalha pelo senhorio deste mundo, a qual é descrita ao longo do Apocalipse. Essa batalha continua hoje, embora seja um pouco mais sutil; ou será mesmo? Será que nossos monumentos presidenciais não passam dos limites? Será que as adulações de que enchemos os nossos líderes não ultrapassam esses mesmos limites? Será que a fé que colocamos neles como salvadores não está indo longe demais? Certamente, nós sabemos que Jesus é Senhor e que eles não são. De qualquer modo, graças a Deus porque, embora recusar-se a adorar césar no primeiro século provavelmente significasse a morte, recusar-se a adorar nossos líderes e seus complexos-de-messias, ao menos hoje, não significa. Nós temos relativa liberdade, mesmo se a usamos para nos obcecarmos com ídolos e sexo, contra o que a terceira carta de Cristo agora se volta. Em Números 25.1-3 e 31.16, Balaão aconselha o Rei Balaque a atrair os israelitas à idolatria, incitando-os com mulheres moabitas a participarem das festas sacrificiais pagãs. Jesus repreende essa igreja por tolerar em seu meio aqueles que recapitulavam a tolice de Balaão – os nicolaítas (ver também 2ª Pedro 2.15). O nome de Balaão significa “ele destrói o povo”; Nicolau significa “ele conquista o povo”. É um paralelo muito contundente.A menção mais antiga aos Nicolaítas é no Apocalipse, no Novo Testamento. De acordo com Apocalipse 2:6-15, eles eram conhecidos nas cidades de Éfeso e Pérgamo. Neste trecho, a Igreja de Éfeso é enaltecida por "odiar os feitos dos Nicolaítas, que eu também odeio" e a Igreja de Pérgamo é acusada por "abrigar aqueles que tem as doutrinas deles [os Nicolaítas]". Não há nenhuma outra fonte primária para nos dar certeza sobre a natureza desta seita. Diversos pais da igreja, incluindo Ireneu de Lyon, Epifânio de Salamis e Teodoreto mencionam este grupo. Ireneu o discute, mas nada acrescenta ao Apocalipse exceto que "eles levam vidas de indulgências ilimitadas"[5]. Hipólito de Roma diz que o diácono "Nicolau" dos Sete diáconos (veja Atos 6:1) era o autor da heresia e líder da seita[6]. São Vitorino de Pettau (ou Victorinus) diz que eles comiam oferendas dos ídolos[7]. O venerável Beda afirma que Nicolau permitiu que muitos homens se casassem com sua esposa[8]. Eusébio diz que a seita teve vida curta[9]. Tomás de Aquino era da opinião que Nicolau incentivava ou a poligamia ou que os homens tivessem esposas em comum[10]. Quem eram os Nicolaítas? By Pr. João Bosco Os nicolaítas eram agentes propagadores da imoralidade e da idolatria entre os primeiros cristãos. Quem eram os Nicolaítas? Esse povo é mencionado na primeira carta de Cristo direcionada à igreja de Éfeso, para qual o Senhor declara: “Tens, porém, isto: que odeias as obras do nicolaítas, as quais eu também odeio” (Apocalipse 2.6). Como podemos entender, diante da contundência destas palavras, é importante saber quem eram os nicolaítas e quais eram as suas obras. Vejamos: Alguns estudiosos entendem que se tratava dos discípulos de Nicolau de Antioquia. Nicolau pregava a libertinagem cristã e ignorava o corpo físico como o templo do Espírito, promovendo, assim, a prática de imoralidade sexual entre os cristãos. Ainda podemos acrescentar que tal ensino está correlacionado com a mesma imoralidade sexual pregada por Balaão, que encorajou as mulheres moabitas a seduzir os homens de Israel, conforme verificamos em Apocalipse 2.14,15, na terceira carta direcionada à igreja de Pérgamo: “Mas algumas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para que comessem dos sacrifícios da idolatria, e se prostituíssem. Assim tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu odeio”. Desta forma, vemos claramente a associação dos nicolaítas eram, muito provavelmente, agentes propagadores da imoralidade e da idolatria entre os primeiros cristãos, práticas expressamente reprovadas pela Bíblia: “Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus” (1ª Coríntios 6.9,10 ). Aparentemente, alguns cristãos confusos em Pérgamo pensavam que podiam participar das festas cultuais pagãs, as quais eram uma parte importante da vida social e econômica naqueles dias. A imoralidade sexual que também era tolerada em Pérgamo, se não defendida, pode ter sido metafórica, como quando o povo de Deus se lançava à idolatria (por exemplo, Jeremias 3.7-9). Mas, conhecendo o homem, provavelmente era também literal. Em contraste com as festas idólatras, Jesus promete o maná, o alimento do futuro banquete de Deus. Assim como na alusão a Balaão e Balaque, o novo êxodo nunca está fora de perspectiva: Cristo está liderando o seu povo pelo deserto e irá proteger o seu remanescente por todo o caminho com a espada de sua boca (Apocalipse 2.16). Portanto, aqueles que não fazem concessões aos ídolos e à imoralidade sexual receberão uma “pedrinha branca”, a qual certifica o fato de serem eles nova criação em Cristo e os admite na festa messiânica do reino (v. 17). Não há dúvida hoje de que o sexo em si é um deus e também que ele não está apenas “lá fora”. Está aqui dentro – em nossas igrejas e em nossos corações. Se havemos de ter Jesus como Senhor sobre essa área de nossas vidas, nós devemos tomar o cuidado de não cair em um dos dois extremos. Devemos tomar cuidado para não menosprezar a intimidade sexual, como se não fosse um dos grandes dons de Deus para a humanidade. E, o que é mais provável nestes dias, também devemos tomar cuidado para não nos deixarmos tornar obcecados com sexo, para não nos rendermos à obsessão de nossa cultura com ele, como se tudo o que ele exige devesse ser obedecido, o que reduz o sexo a uma questão de direitos humanos fundamentais ou machismo. Nós precisamos chegar ao ponto de reconhecer a ironia das palavras de Updike: “Demais é demais”.

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