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sexta-feira, 22 de julho de 2016

A Igreja Através dos Tempos e TEMPLOS


A Igreja Através dos Tempos Parte I Até cerca de 200 anos d.C., não existiam igrejas no sentido em que hoje as compreendemos. Um dos motivos que inibiu a construção de igrejas foi o fato do cristianismo ter nascido e se desenvolvido num mundo em que a religião, o império e o patriotismo eram muito ligados. Desenvolveu-se no âmago do paganismo imperial, da religião estatal e da expressiva lealdade ao imperador. O cristão era cercado de muitas restrições e ficava praticamente excluído da vida pública dessa época. Numa cidade como Roma, por exemplo, o Capitólio dominava o Fórum, que por sua vez era circundado por templos oferecido a deuses e por todo lado erguiam-se estátuas de imperadores e deuses. O estado controlava o teatro, os jogos e cada funcionário imperial de certa forma era um sacerdote. Se já era difícil ser cristão, quanto mais construir igrejas. Segundo o Direito Canônico, "uma igreja é um edifício sagrado dedicado ao culto divino, principalmente para que possa ser usado por todos os fiéis para o exercício público do culto". A palavra "igreja", em inglês "Church" e em alemão "Kirche", origina-se do termo grego "Kyriakon", que significa "casa do Senhor". Já a palavra latina "ecclesia" deriva-se do grego "ekklesia", que quer dizer "reunião"ou "assembléia". É nesse sentido que a palavra "igreja" é usada. Não se refere a uma construção ou edifício, mas a uma reunião de cristãos para o culto divino. Portanto a igreja (grande ou pequena), tem como objetivo básico abrigar os participantes do culto e proteger os objetos que ali são usados. Paralelamente a isso, sempre houve por parte do homem cristão a necessidade de possuir um lugar próprio para orar onde a presença de Deus pudesse ser mais sentida. Inicialmente, as comunidades cristãs eram compostas de pessoas comuns, comerciantes sírios e judeus, e vizinhos pagãos atraídos pela nova religião. Depois e muito lentamente, surgiram conversões entre as classes ricas e intelectuais. Dessa forma, os primeiros cristãos não tinham igrejas, não havia meios suficientes para pagar as construções. Eram impedidos inicialmente por carência, e depois por prudência, de construir igrejas, que nunca poderiam se assemelhar aos templos. Quando se reuniam, usavam qualquer edifício que estivesse disponível, normalmente casas comuns, emprestadas ou doadas por um converso rico. Algumas alterações eram feitas e derrubavam-se paredes para dar lugar a cômodos maiores, mas não mexiam na decoração romana ou helenística das casas. Em torno do Mediterrâneo, nos países onde a influência romana se fazia sentir, havia três tipos de residências: a domus, ou casa particular, a villa, ou casa de campo e a insula, ou casa de cômodos com muitos apartamentos. A domus combinava características de residência romana antiga com elementos gregos. Uma espécie de "hall" de entrada ou pátio descoberto, chamado "átrio", formava a parte mais pública da casa. Os aposentos mais íntimos agrupavam-se ao redor de um pátio interno chamado "peristilo". Entre o átrio e o peristilo havia uma espécie de vestíbulo, o "tablínio", que era usado como santuário de família, adornado com estátuas e pintura dos "deuses Lares" e retratos dos antepassados. Os estudiosos acreditam que a disposição do santuário das primitivas basílicas cristãs se originasse diretamente do átrio e do tablínio. Afirmam que a pedra do altar foi adotada para o culto, com o bispo ou presbítero de pé atrás ou sentado na cadeira, ficando os fiéis de pé no átrio. A villa era uma espécie de casa de campo, sua construção seguia os padrões da casa urbana romana e tanto podia ser pequena como um chalé, como um imenso palácio. Com muitos apartamentos, na insula, que atingia até 5 andares, moravam muitas famílias e nas salas apertadas devem ter-se reunidos muitos cristãos. Foi somente em 313 da nossa era, 10 anos depois que Deocleciano comandou a destruição de todos os lugares de culto cristão, que os cristãos do Império Romano tiveram direito à liberdade de religião. Mesmo com toda destruição, escavações arqueológicas descobriram muitas ruínas dessas "igrejas domésticas": nas ruínas de Dura Europos, cidade que se localizava depois do Eufrates superior e que foi destruída em 256, acharam uma casa que foi ocupada por uma próspera família cristã. Num quarto dos fundos foi encontrado uma espécie de batistério com sua pia bastimal e seu pálio. Uma sala grande com uma plataforma encostada em uma das paredes era usada como local de culto. Nas escavações de Aquiléia, uma antiga cidade romana perto de Veneza, foi achado um exemplo mais aperfeiçoado desse tipo de igreja. Provavelmente construída no século III, a casa no estilo "domus" foi alterada, sendo erguido um salão maior nos fundos e posteriormente, em torno de 314, foi construído outro salão, ambos de madeira com naves laterais. Outra "igreja" parecida existiu em Nicodêmia, na Ásia Menor, tendo sido destruída pela Guarda Persa de Diocleciano.

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