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sábado, 23 de abril de 2016

Novo Filme Gospel - Poema Da Salvação - Dublado Completo

Frases selecionadas do Dr. Martyn Lloyd-Jones


Frases selecionadas do D. Martyn Lloyd-Jones Um dos maiores perigos da vida espiritual é viver em função de suas próprias atividades. Em outras palavras, a atividade não está em seu devido lugar como algo que você faz, mas tornou-se algo que o leva a manter-se em movimento. D. Martyn Lloyd-Jones A maneira de provar a si mesmo, a maneira de provar qualquer homem, é olhar debaixo da superfície. D. Martyn Lloyd-Jones Minha opinião acerca de tudo o que me acontece dever ser regida por estas três coisas: a compreensão que tenho acerca de quem sou, a consciência que tenho de para onde vou, indo e o conhecimento que tenho do que me espera quando eu chegar lá. D. Martin Lloyd-Jones Esta é a coisa fundamental, a mais séria de todas: que estamos sempre na presença de Deus. D. Martyn Lloyd-Jones Deus não pára para consultar-nos. D. Martyn Lloyd-Jones O diabo pode dirigi-lo de forma extraordinária... Há poderes que podem simular quase todas as coisas na vida cristã. D. Martyn Lloyd-Jones Se fosse possível colocar o Espírito Santo num livro de farmacologia, eu o colocaria junto aos estimulantes, pois é ali que ele deve estar. D. Martyn Lloid-Jones Nunca nos esqueçamos de que a mensagem da Bíblia dirige-se em especial à mente, ao entendimento. D. Martyn Lloyd-Jones Tudo é pela graça na vida cristã, do início ao fim. D. Martyn Lloyd-Jones A chave para a história do mundo é o reino de Deus. D. Martyn Lloyd-Jones Algumas vezes penso que a própria essência de toda a posição cristã e o segredo de uma vida espiritual de êxito estão em reconhecer apenas duas coisas: preciso ter confiança completa e absoluta em Deus e nenhuma confiança em mim mesmo. D. Martyn Lloyd-Jones A humildade está entre as principais de todas as virtudes cristãs; ela é a marca registrada do filho de Deus. D. Martyn Lloyd-Jones O fato de colocar todos os cadáveres eclesiásticos em um só cemitério não provoca uma ressurreição. D. Martyn Lloyd-Jones A coisa mais difícil do mundo é tornar-se pobre de espírito. D. Martyn Lloyd-Jones Precisamos viajar menos de avião a jato, de um congresso para outro... porém de mais orações de joelhos, rogando a Deus que tenha misericórdia de nós, mais clamor a Deus para que se levante e disperse seus inimigos e se torne conhecido. D. Martyn Lloyd-Jones Não há nada que diga a verdade a nosso respeito como cristãos tanto quanto nossa vida de oração. D. Martyn Lloyd-Jones Se realmente conhecemos a Cristo como nosso Salvador, os nossos corações são quebrantados, não podem ser duros, e não podemos negar o perdão. D. Martyn Lloyd-Jones Para mim, a obra de pregar é o mais elevado, o maior e o mais glorioso chamado que alguém pode receber. D. Martyn Lloyd-Jones O homem só deve entrar no ministério cristão se não conseguir ficar fora dele. D. Martyn Lloyd-Jones Certamente a essência da sabedoria está em, antes de começarmos a agir ou de tentar agradar a Deus, descobrir o que Deus tem a dizer sobre o assunto. D. Martyn Lloyd-Jones O problema de grande parte do ensino sobre santidade é que ele deixa de fora o Sermão da Montanha e nos pede que experimentemos a santificação. Esse não é o método bíblico. D. Martyn Lloyd-Jones O desviado é um homem que, por causa da relação que teve com Deus, nunca pode desfrutar bem qualquer outra coisa. D. Martyn Lloyd-Jones

quarta-feira, 6 de abril de 2016

O "Evangelho do Comodismo" - David Wilkerson.

O "Evangelho do Comodismo" - David Wilkerson.

Refutando o Espiritismo


Refutando o Espiritismo O ESPIRITISMO O espiritismo é, sem dúvida, uma das heresias que mais cresce no mundo hoje. O Brasil, particularmente, detém o triste recorde de ser o maior reduto espiritista do mundo. O seu crescimento se dá, em grande parte, devido ao fascínio que os seus ensinos exercem sobre as mentes de pessoas desprovidas do verdadeiro conhecimento, e alienadas de Deus. Alheio a Palavra de Deus, e divorciado de toda a verdade, o espiritismo tem se constituído numa espécie de “profundezas de Satanás”, pronto a tragar pessoas incautas que estão a buscar a Deus em todos os lugares e por todos os meios. I. RESUMO HISTÓRICO DO ESPIRITISMO O espiritismo se constitui no mais antigo engano religioso já surgido. Porém, em sua forma moderna como hoje é conhecido, o seu ressurgimento se deve a duas jovens norte-americanas, Margaret e Kate Fox, de Hydeville, Estado de Nova Iorque. 1. 1. ESTRANHOS FENÔMENOS. Em dezembro de 1847, Margaret e Kate Fox, respectivamente de doze e dez anos, começaram a ouvir pancadas em diferentes pontos da casa onde moravam. A princípio julgaram que esses ruídos fossem produzidos por ratos e camundongos que infestavam a casa. Porém, quando os lençóis começaram a ser arrancados das camas por mãos invisíveis, cadeiras e mesas tiradas dos seus lugares, e uma mão fria tocou no rosto duma das meninas, percebeu-se que o que estava acontecendo eram fenômenos sobrenaturais. A partir daí, as meninas criaram um meio de comunicar-se com o autor dos ruídos, que respondia perguntas com um determinado número de pancadas. 1. 2. EXPANSÃO DO MOVIMENTO. Partindo desse acontecimento que recebeu ampla cobertura dos meios de comunicação da época, propagaram-se sessões espíritas por toda a América do Norte. Na Inglaterra, porém, a consulta aos mortos já era muito popular entre as camadas sociais mais elevadas. Por conseguinte, os médiuns norte-americanos encontraram ali solo fértil onde a semente do superticionismo espírita haveria de ser semeada, nascer, crescer, florescer e frutificar. Na época, outros países de Europa também foram visitados com sucesso pelos espíritas norte-americanos, na França, a figura de Allan Kardec é a principal dos arraiais espiritistas. Léon Hippolyte Rivail (o verdadeiro nome de Allan Kardec), nascido em Lião, em 1804, filho de um advogado, tomou o pseudônimo de Allan Kardec por acreditar ser ela a reencarnação de um poeta celta com esse nome. Dizia Ter recebido a missão de pregar uma nova religião, o que começou a fazer a 30 de abril de 1856. Um ano depois, publicou o Livro dos Espíritos, que muito contribuiu na propaganda espiritista. Dotado de inteligência e inigualável sagacidade, estudou todas a literatura afim disponível na Inglaterra e nos Estados unidos, e dizia ser guiado por espíritos protetores. Notabilizou-se por introduzir no espiritismo a idéia da reencarnação. De 1861 a 1867, publicou quatro livros: Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, Céu e Inferno e Gênesis. O homem dotado de características físicas e mentais de grande resistência, Allan Kardec foi apóstolo das novas idéias que haveriam de influir na organização do espiritismo. Fundou a Revista Espírita, periódico mensal editado em vários idiomas. Ele mesmo assentou as bases da “Sociedade Continuadora da Missão de Allan Kardec”. Morreu em 1869. II. SUBDIVISÕES DO ESPIRITISMO Embora consideremos o espiritismo igual em toda a sua maneira de ser, os. Próprios espíritas preferem admitir haver diferentes formas de espiritismo, assim designadas: 1; 1. ESPIRITISMO COMUM. Dentre as muitas práticas dessa classe de espiritismo, destacam-se as seguintes: a) Quiromancia – Adivinhação pelo exame das linhas das mãos. Mesmo que “quiroscopia”. b) Cartomancia – Adivinhação pela decifração de combinações de cartas de jogar c) Grafologia – Estudo dos elementos normais e principalmente patológicos de uma personalidade, feito através da análise da sua escrita. d) Hidromancia – Arte de adivinhar por meio da água. e) Astrologia – Estudo e/ou conhecimento da influência dos astros, especialmente dos signos, no destino e no comportamento dos homens; também conhecida como “uranocospia”. 1. 2. BAIXO ESPIRITISMO O baixo espiritismo, também conhecido como espiritismo pagão, inculto e sem disfarce, identifica-se pelas seguintes práticas: a) Vudu – Culto de negros, antilhanos, de origem animista, e que se vale de certos elementos do ritual católico. Praticado principalmente no Haiti. b) Candomblé – Religião dos negros ioruba, na Bahia. c) Umbanda – Designação dos cultos afro-brasileiros, que se confundem com os da macumba e dos candomblés da Bahia, xangô de Pernambuco, pajelança da Amazônia, do catimbó e outros cultos sincréticos. d) Quimbanda – Ritual da macumba que se confunde com os do umbanda. e) Macumba – Sincretismo religioso afro-brasileiro derivado do candomblé, com elementos de várias religiões africanas, de religiões indígenas brasileiras e do catolicismo. 2. 3. ESPIRITISMO CIENTÍFICO. O espiritismo científico é também chamado “alto Espiritismo”, “Espiritismo Ortodoxo”, “Espiritismo Profissional” ou “Espiritualismo”. Ele se manifesta, inclusive, como “sociedade”, como, por exemplo, a LBV (Legião da Boa Vontade), fundada e presidida por muitos anos pelo já falecido Alziro Zarur. Esta classe de espiritismo tem sido conhecida também como: a) Ecletismo – Sistema filosófico dos que não seguem sistema algum, escolhendo de cada um a parte que lhe parece mais próxima da verdade. b) Esoterismo – Doutrina ou atitude de espírito que preconiza que o ensinamento da verdade deve reservar-se a um número restrito de iniciados, escolhidos por sua influência ou valor moral. c) Teosofismo – Conjunto de doutrinas religioso-filosóficas que têm por objetivo a união do homem com a divindade mediante a elevação progressiva do espírito até a iluminação. Iniciado por Helena Petrovna Blavastky, mística norte-americana (1831-1891), fanática adepta do budismo e do Iamaísmo. 2. 4. ESPIRITISMO KARDECISTA. O espiritismo Kardecista é a classe de espiritismo comumente praticada no Brasil, e tem, como principais, entre as muitas teses, as seguintes: a) Possibilidade de comunicação com os espíritos desencarnados. b) Crença da reencarnação. c) Crença de que ninguém pode impedir o homem de sofrer as conseqüências dos seus atos. d) Crença na pluralidade dos mundos habitados. e) A caridade é virtudes únicas, aplicadas tanto aos vivos como aos mortos. f) Deus, embora exista, é um ser impessoal, habitando num mundo longínquo. g) Mais perto dos homens estão os “espíritos-guia”. h) Jesus foi um médium e reformador judeu, nada mais que isto. Evidentemente, o diabo é um demagogo muito versátil e maleável, capaz de muitas transformações. Aos psicólogos, ele diz: “Trago-vos uma nova ciência”. Aos ocultistas, assevera: “Dou-vos a chave para os últimos segredos da criação”. Aos racionalistas e teólogos modernista, declara: “Não estou aí. Nem mesmo existo”. Assim faz o espiritismo: muda, de roupagem, como o camaleão muda de cor, de acordo com o ambiente, ainda que, na essência, continua sempre o mesmo: supersticioso, fraudulento, mau e diabólico. III. A TEORIA DA REENCARNAÇÃO A teoria da reencarnação se constitui no cerne de toda a discussão espiritista. Destruída esta teoria, o espiritismo não poderá subsistir. Sobre este assunto, escreveu Allan Kardec: “A reencarnação fazia parte dos dogmas judaicos sob o nome de ressurreição… A reencarnação é à volta da alma, ou espírito, à vida corporal, mas em outro corpo novamente formado para ele que nada tem de comum com o antigo” (O Evangelho Segundo o Espiritismo). 2. 1. A BÍBLIA NEGA A REENCARNAÇÃO A Bíblia jamais faz qualquer referência à palavra “reencarnação”, tampouco a confunde com a palavra “ressurreição”. Segundo o dicionário Escolar da Língua Portuguesa, da Francisco da Silveira Bueno, “Reencarnação é o ato o u efeito de reencarnar, pluralidade de existências com um só espírito; enquanto que a palavra” “ressurreição”, no grego, é “anastasis” e “égersis”, ou seja, levantar, erguer, surgir, sair de um local ou de uma situação para outra. No latim, “ressurreição” é o ato de ressurgir, voltar vida, reanimar-se. Biblicamente, entende-se o termo “ressurreição” como o mesmo que ressurgir dos mortos, e, em linguagem mais popular, união da alma e do espírito ao corpo, após a morte física. 3. 2. Ressurreição na Bíblia No decorrer de toda a narrativa bíblica, são mencionados oito casos de ressurreição, sendo sete de restauração da vida, isto é, ressurreição para tornar a morrer, e um de ressurreição no sentido pleno, final – o de Jesus. Este foi diferente, porque foi ressurreição para nunca mais morrer, não somente pelo fato de ele ser Jesus, mas porque, ao ressurgir, tornou-se ele o primeiro da ressurreição real (I Cor 15:20-23). A expressão “ressurreição dentre os mortos” , como em Lucas 20:35 e Filipenses 3:11, implica numa ressurreição da qual somente os justos participarão. Os participantes da verdadeira ressurreição não mais morrerão (Lc 20:36). A dita expressão é tradução correta do original. A palavra “dentre” indica que os mortos ímpios continuarão sepultados quando os santos ressurgirem. Os sete outros casos de ressurreição na Bíblia, por ordem, são: a) o filho da viúva de Serépta (I Rs 17:19-22); b) o filho da sunamita (II Rs 4:32-35); c) o defunto que foi lançado na cova de Eliseu (II Rs 13:21); d) a filha de Jairo (Mc 5:21-23,35-43); e) o filho da viúva de Naim (Lc 7:11-17); f) Lázaro (Jo 11:1-46); g) Dorcas (At 9:36-43). O caso da ressurreição de Jesus, que, como já dissemos, é diferente, acha-se registrado em Mateus 28:10-10; Marcos 16:1-8; Lucas 24:1-12; João 20:1-10 e I Corintos 15:4, 20-23. Quanto à ressurreição propriamente dita, escreve Allan Kardec: “A ressurreição implica na volta da vida ao corpo já morto – o que a ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo foram, depois de muito tempo, dispersos e absorvidos”. É evidente que esta teoria de Allan Kardec não pode prevalecer, uma vez que se baseia em conceitos de homens e não nas Escrituras, que declaram a possibilidade da ressurreição dos mortos. Não vem ao caso citarmos aqui os casos de mortos que foram ressuscitados antes de serem levados à sepultura. Vamos citar apenas dois casos de mortos que foram levantados dentre os mortos após quatro e três dias de sepultados: Lázaro e Jesus. 3.2.1 Lázaro. O testemunho de João capítulo 11 é que Lázaro: a) Estava morto (vv. 14, 21, 32,37); b) Estava sepultado já havia quatro dias (vv. 17,39); c) Já cheirava mal (v. 39); d) Ressuscitou ainda amortalhado (v. 44); e) Ressuscitou com o mesmo corpo e coma mesma aparência, que possuía antes de morrer (v. 44). 1.2.1 Jesus. O testemunho da Escrituras quanto à morte e ressurreição de Jesus Cristo, é que: a) Os soldados romanos testemunharam que Cristo estava morto (Jo 19:33). b) José de Arimatéia e Nicodemos sepultaram-no (Jo 19:38-42). c) Ele ressuscitou no primeiro dia da semana (Lc 24:6). d) Mesmo depois de ressuscitado, ele ainda portava as marcas dos cravos nas mãos, para mostrar que seu corpo, agora vivo, era o mesmo no qual sofrera a crucificação, porém, glorificado (Lc 24:39; Jo 20:27). 1.3. Uma teoria Absurda. Procurando dar sentido bíblico à absurda teoria da reencarnação, Allan Kardec lança mão do capítulo 3 de João para dizer que Jesus ensinou sobre a reencarnação. Os tradutores da obra de Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, usaram a versão bíblica do padre Antônio Pereira de Figueiredo como texto base de sua tradução, grifando o versículo 3 do citado capitulo de João: “Na verdade te digo que não pode ver o reino de Deus senão aquele que renascer de novo” (o grifo é nosso), quando o versículo naquela versão é escrito da seguinte forma: “Na verdade, na verdade, te digo, que não pode ver o reino de Deus, senão aquele que nascer de novo” (o grifo é nosso). “Renascer” já significa nascer de novo, enquanto que “renascer de novo” se constitui numa intolerável redundância, mas não sem próprio por parte do espiritismo que por tudo procura provar que a absurda teoria da reencarnação tem fundamento na Bíblia. IV. JOÃO BATISTA ERA ELIAS REENCARNADO? Dirigindo-se a Jesus, perguntaram-lhe os seus discípulos: – “Por que dizem, pois, os escribas ser necessário que Elias venha primeiro? Então Jesus respondeu: – De fato Elias já veio, e não o reconheceram, antes fizeram com ele tudo quanto quiseram… Então os discípulos entenderam que lhes falara a respeito de João Batista” (Mt 17:10-13). 3.1. Opinião Espiritista Prevalecendo-se do literalismo destas passagens, escreveu Allan Kardec: “A noção de que João Batista era Elias e de que os profetas podiam reviver na terra, depara-se em muitos passos dos Evangelhos, especialmente nos acima citados. Se tal crença fosse um erro, Jesus não a deixaria de combater, como fez com muitas outras, mas, longe disso, a sancionou com sua autoridade…” “É ele mesmo o Elias, que havia de vir”. Aí não há nem figuras nem alegorias; é uma afirmação positiva” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, pags, 25-27). 4.2 Objeção Bíblica Um dos conceitos de hermenêutica mais conhecido é aquele que diz que a Bíblia interpreta-se a si mesma. Portanto, somos impedidos de lançar mãos de recursos alheios ao espírito bíblico para interpretar o mais simples dos seus ensinos. A bíblia mesma dá respostas às suas indagações. À pergunta: – João Batista era Elias encarnado ou não? Ele mesmo responde a esta indagação, dizendo: – “Não sou” (Jo 1.21). Sobre João Batista, diz Lucas 1:17: “E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto”. Isto não quer dizer que João fosse Elias, mas que no seu ministério haveria peculiaridade do ministério de Elias. De fato, A Bíblia não trata de nenhum outro caso de dois homens, cujos ministérios tenham tanta semelhança como João Batista e Elias. Embora o refrão popular: “Tal pai, tal filho”. Isto não quer dizer que o filho seja absolutamente igual ao pai, ou que um seja a reencarnação do outro, mas sim, que existem hábitos comuns entre ambos. 2. 3. Cinco Pontos a considerar Dentre as muitas razões pelas quais cremos que João Batista não era Elias reencarnado, queremos citar as seguintes: • Os judeus criam que João Batista fosse Elias ressuscitado, não reencarnado (Lc 9:7-8). • Se os judeus realmente acreditassem que João era Elias reencarnado e não ressuscitado, não teriam noutra oportunidade admitido que Cristo fosse Elias ressuscitado. João Batista e Cristo, que viveram simultaneamente por cerca de trinta anos, não podiam ser Elias ressuscitado ou reencarnado, ao mesmo tempo (Lc 9:7-9). • Se reencarnação é o fato ou efeito de reencarnar, pluralidade de existências com um só espírito, é evidente que um vivo não pode ser reencarnação de alguém que nunca morreu. Fica claro assim que João Batista não era Elias, já que este não morreu, pois foi arrebatado vivo ao céu (II Rs 2:11). • Se João Batista fosse Elias, quem primeiro teria conhecimento disso teria sido ele mesmo e não os judeus ou os espíritas. Àqueles que lhe perguntaram: – És tu Elias?”, ele respondeu desembaraçadamente:-” “Não sou”. (Jo 1:21) • Se João Batista fosse Elias reencarnado, no momento da transfiguração de Cristo teriam aparecido Moisés e João Batista, e não Moisés e Elias (Mt 17:18). Fica mostrado, portanto, que as Bíblias não apóia a absurda teoria espiritista da reencarnação. Até mesmo os chamados “fatos comprovados” da reencarnação, apresentados pelos advogados do espiritismo, na verdade não comprovam coisa alguma. V. A INVOCAÇÃO DE MORTOS Reencarnação e invocação de mortos são as duas principais estacas de sustentação de toda a fraude espiritista. Se ambas puderem ser removidas, o espiritismo ruinará irremediavelmente. 5.1. O que a Bíblia Diz. Aos hebreus que saíram do Egito e se aproximavam de Canaã, por intermédio de Moisés, disse o Senhor Deus: “Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações. Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador de encantamentos, nem que consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor, e por estas abominações o Senhor teu Deus as lança fora diante dele. Perfeito serás, como o Senhor teu Deus. Porque nações, que hás de possuir, ouvem os prognasticadores e os adivinhadores; porém a ti o Senhor teu Deus não permitiu tal coisa” (Dt 18:9-14). Com base nestas palavras de Moisés, no seu livro O céu e o inferno, aduzem Allan Kardec: “… Moisés devia, pois, por política, inspirar nos hebreus aversão a todos os costumes que pudessem Ter semelhança e pontos de contatos com o inimigo”. 5.2. Deus Condena a Invocação de Mortos. Alegar que Moisés se opunha aos costumes pagãos dos cananeus, por razões simplesmente políticas, como afirma Allan Kardec atesta a completa ignorância do espiritismo quanto às Escrituras Sagradas. A proibição divina de se consultar os mortos não prova que havia comunicação com os mortos. Prova apenas que havia consulta aos mortos, o que não significa comunicação real com eles. Era apenas uma tentativa de comunicação. As práticas de tais consultas aos mortos, sempre existiram embustes, mistificações, mentiras farsas e manifestações de demônios. É o que acontece nas sessões espíritas, onde espíritos demoníacos, espíritos enganadores, manifestam-se, identificando-se com pessoas amadas que faleceram. Alguns desses espíritos têm aparecido, identificando-se com os nomes de grandes homens, ministrando ensinos e até apresentando projetos éticos e humanitários, que terminam sempre em destroços. São espíritos que se prestam ao serviço do pai da mentira, Satanás. O povo de Deus, porém, possui a inigualável revelação de Deus pela qual disciplina a sua vida: “Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram entre dentes; não recorrerá um povo ao seu Deus? A favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos? À lei e o Testemunho! Se eles não falarem segundo estas palavras, nunca verão a alva” (Is 8:19-20). 5.3. Estado dos Mortos. O testemunho geral das Escrituras é que os mortos devido ao estado em que se encontram, não têm parte em nada que se faz e acontece na Terra. Consulte os seguintes textos: Eclesiastes 9:5-6; Salmo 88:10-12; Isaías 38:18-19; Jó 7:9-(10). Nenhum dos textos bíblicos mencionados contradiz a esperança bíblica da ressurreição dos mortos, uns para a vida eterna, outros para vergonha e perdição eterna. Os citados textos mostram, sim, que o homem após a morte, na sepultura, jamais poderá voltar à vida de outrora, e que na sepultura nada poderá fazer por si mesmo e muito menos pelos vivos que ainda estão na Terra. VI. SAUL E A MÉDIUM DE EN-DOR (Antes de prosseguir, tome a sua Bíblia abrindo-a no capítulo 28 de I Samuel. Leia todo esse capítulo e em seguida volta à leitura deste livro). Concluída a leitura desta porção das Escrituras, vem à mente pergunta, tais como: É ou não possível comunicar-se com os espíritos de pessoas falecidas? Foi ou não Samuel quem apareceu na sessão espírita da En-Dor? Muitas respostas poderiam ser dadas aqui, como por exemplo: A assembléia judaica sempre acreditou que Samuel realmente apareceu naquela ocasião. Essa também era a opinião de alguns dos mais destacados líderes da Igreja dos primeiros séculos, entre eles, Justino Mártir e Orígenes. Já Tertuliano, Jerônimo, Lutero e Calvino acreditavam que um demônio apareceu em forma de pessoa, personificando Samuel. 6.1. Análise do Caso. Até mesmo uma despretensiosa análise de I Samuel 28, mostra com clareza meridiana que um espírito de engano, e não Samuel foi quem apareceu na sessão espírita de En-Dor. Dentre as muitas provas contra a opinião de que Samuel apareceu naquela ocasião, destacam-se as seguintes: a) Nem a médium nem o seu espírito de mediunidade exerciam qualquer poder sobre a pessoa de Samuel. Só Deus exercia esse poder; pelo que não iria permitir que seu fiel servo viesse a se tornar parte duma prática que o próprio Deus condenou (Dt 18:9-14). b) Após informar a Saul que Deus o tinha rejeitado, Samuel nunca mais disse coisa alguma a esse rei. c) Se fosse Samuel que tivesse aparecido na ocasião, ele não teria mentido, dizendo que Saul perturbara seu descanso, se Deus e não Saul lhe tivesse ordenado; nem dizendo que Saul e seus filhos estariam com ele no dia seguinte (vv. 15-16). d) Saul mesmo disse que Deus não lhe respondia nem pelo ministério dos profetas e nem por sonhos (vv. 6,15), pelo que Deus, no último momento, • Não teria cedido ao desejo de Saul de receber outra revelação; • Não teria entrado em contradição com sua Palavra que nega a possibilidade de vivos terem contato com os mortos (Jó 7:9-10; Ec 9:5-6; Lc 16:31); • Não teria criado a impressão de que tentar entrar em contato com os mortos não é mau como antes Ele mesmo dissera ser (Dt 18:9-14); • Não teria afirmado que Saul deveria morrer por causa da consulta feita à médium (I Cr 10:13). e) Saul disse à médium a quem deveria chamar. De acordo com o estudo dos fenômenos psíquicos, a médium teria lido na mente de Saul qual seria a aparência de Samuel, e a descrevera como Saul costumava vê-lo. f) a médium temeu porque: • Em seu transe ela reconheceu Saul (v. 12) que era conhecido como inimigos das práticas espiritistas; ou. • Ela viu um espírito adejando por cima da aparição que com “prodígios de mentira”, se fazia passar por Samuel. g) Saul mesmo não viu Samuel. De acordo com a descrição da médium, foi que ele mesmo supôs que a personagem descrita era Samuel. h) Quanto à profecia abordada durante a sessão em En-Dor, J. K. Van Baalen, no seu livro O Caos das Seitas, dá as seguintes possibilidades: • A mulher percebeu o medo de Saul, de que o seu fim era iminente, e isso ela predisse; • A mulher tomou conhecimento da profecia feita antes por Samuel (I Sm 15:15, 18), que vinha perseguindo Saul (I Sm 16:2; 20:31, etc.), pelo que lhe disse que ele esperava ouvir; • Se um demônio se fazia passar por Samuel e falou por meio da médium, então a mulher Ter-se-ia lembrada da profecia de Samuel, fazendo uso dela. i) Não era necessário que alguém fosse perito ou estrategista em guerras para prever a derrota de Saul e de Israel diante dos filisteus. Em todos os tempos o salário do pecado é a morte. No capítulo 15 de I Samuel, a questão dessa guerra já havia sido levantada bem antes de Saul consultar a médium. j) A parte final do vaticínio da médium não foi verdadeira no seu cumprimento, pois, nem Saul morreu no dia seguinte, nem morreram nesse dia todos os seus filhos. 5.2. Profundezas de Satanás A melhor maneira de se definir o espiritismo é chamá-lo de “Profundezas de Satanás” (Ap 2:24). Assim devemos Ter sempre em mente os fatos que mostram que Satanás: • É pai da mentira (Jo 8:44). • Sabe imitara realidade com os seus embustes (Êx 7:22; 8:7); • Se transforma em anjos de luz (II Cor 11:14); • Tem o poder de operar milagres (II Tes. 2:9). Aqueles que se envolvem com o espiritismo estão sob as malhas da rede de Satanás, correndo o perigo de jamais de libertarem dela. VI. PODEM OS MORTOS AJUDAR AOS VIVOS Para saber se os mortos podem ajudar ou não os vivos, leia a história do rico e Lázaro, contada por Jesus no Evangelho de Lucas 16:19-31. Precisamente os versículos 22 23, dizem: “E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E o Hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio”. 7.1. Um Quadro Contrastante Veja que contraste: Lázaro morre e é levado ao Paraíso de Deus, enquanto que o rico, ao morrer, é lançado no inferno de horror, donde em agonia, clama: “Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama” (v. 24). Naquele instante de extrema dor e sofrimento, um pequenino favor de Lázaro seria suficiente para amenizar o sofrimento daquele infeliz; porém, o pai Abraão respondeu: “Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá parar para cá” (vv. 25-26). 7.2. Algumas conclusões Desta Passagem. Feita uma análise desta passagem, as conclusões a que chegamos são: a) A vida no porvir será uma conseqüência natural da vida que viveu aqui na terra: Lázaro, que era piedoso e temente a Deus aqui, ao morrer foi levado para o Paraíso, enquanto que os homens ricos, vaidosos e indiferentes às necessidades dos outros, morreu e foi levado para o inferno de trevas e sofrimento. b) O lugar onde serão lançados os perdidos será um lugar de sofrimento eterno, e não um lugar de purificação e aperfeiçoamento dos espíritos. c) Se o homem aqui, vivendo ímpia e perversamente, abre-se-lhe uma porta de escape após a morte, como admite o espiritismo, o Evangelho de Cristo deixa de ser o que é, enquanto que o sacrifício de Cristo torna-se a coisa mais absurda sobre a qual já se teve notícia. d) Se um falecido pudesse, de alguma forma, ajudar os seus antes queridos vivos, o rico não teria rogado a Abraão que enviasse Lázaro ou dos mortos à casa dos seus irmãos, afim de adverti-los do perigo de cair no inferno; ele mesmo teria feito isto. e) Se fosse possível que o espírito dum falecido pudesse ajudar os vivos, Deus teria permitido que Lázaro, um dos mortos, ou o próprio homem rico exercesse influência junto aos parentes deste. f) Tudo quanto o homem precisava conhecer concernente, à salvação e à vida eterna acha-se exarada nos escritos de Moisés, dos profetas, dos evangelistas e dos apóstolos do nosso Senhor Jesus Cristo. Toda revelação divina escrita encerra-se nas seguintes palavras de Jesus Cristo: “Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro: Se alguém lhe acrescentar alguma coisa, Deus lhe tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão escritas neste livro” (Ap 22:18019). Assim, os chamados “bons ensinamentos” dos espíritos dos mortos, defendidos pelo espiritismo, nada mais são do que ensinamentos de demônios, pois apresenta-se nova fonte de revelação, em detrimento da verdadeira revelação de Deus – a Bíblia Sagrada. VII. DE DEUS NÃO SE ZOMBA Correm grandes perigos as pessoas que se dão às tristes aventuras e experiências espiritistas. Para ilustrar isto, usaremos a história do bispo episcopal, James A. Pike, envolvendo a morte do seu filho Jim, e o relacionamento de ambos com o espiritismo. Esta história foi publicada no Anuário Espírita de 1971. Reportam-nos a ela como meio de oferecer-lhe, leitor, subsídios no combate ao erra espiritista, e para advertir aqueles que se estão deixando iludir por esses ensinos de demônios. 7.1 – A TRÁGICA MORTE DE JIM Pike tinha um único filho, Jim, belo e culto rapaz. Em 1966, pai e filho encontravam-se na Inglaterra, em Cambridge. Jim decidiu voltar aos Estados Unidos. Voou para Nova Yorque, e ali, no seu quarto de hotel, matou-se com um tiro. Jim tinha dificuldades em se relacionar com as pessoas. Era arredia mesmo em relação ao pai, e, por ironia, só depois da morte, através de médiuns americanos e Ingleses, teria conseguido, segundo o relato, comunicar-se com Pike. Jim tinha 22 anos, sua morte arrasou o pai. Tudo era mais dramático porque, por incrível que possa parecer, Pike não cria na vida após a morte. Ele fora seminarista e se desiludira com o catolicismo; mesmo com bispo episcopal, sua situação era embaraçosa: sem admitir os dogmas da religião, via-se constantemente atacado e não poucas vezes taxado de herege. 7.2 – COISAS ESTRANHAS COMEÇAM A ACONTECER Após os funerais do filho, nos Estados Unidos, Pike voltou com seus problemas para Cambridge. No quarto do hotel onde antes estivera com o filho, coisas estranhas começaram a acontecer; roupas eram atiradas dos armários, livros moviam-se das estantes, etc. Como qualquer pessoa que se envolve com o espiritismo, Pike resolveu dar um passo desastroso na vida. Em lugar de normalizar a sua situação com Deus, saiu à procura de alguém que pudesse explicar tais fenômenos. Foi assim que, com a ajuda de amigos, entrou em contato a médium inglesa Ena Twigg. Uma sessão foi marcada e Pike teve o primeiro contato com aquele que julgou ser o espírito do seu filho Jim. O espírito dizia: “Tenho sido tão infeliz!” Instado pelo pai, respondeu que não acreditara em Deus como uma pessoa, mas que, agora, acreditava na eternidade. Acrescenta o Anuário: “Além disso, o rapaz exortou-o a prosseguir em suas pesquisas e predisse que o pai abandonaria sua igreja. Pike mostrou-se constrangido, mas Jim insistiu:” “Você fará”. Isto ocorrerá no dia 1º de agosto. 7.3 – Pike DEIXA A IGREJA Logo após voltar à América, Pike entrou em contato com o médium americano Arthur Ford, com o qual participou do programa de televisão. No citado programa, Ford ficou em transe, transmitiu mensagens que ele, serem de Jim e Pike. O programa produziu tão grande escândalo, que deixou a imprensa americana e inglesa num verdadeiro reboliço. A igreja Episcopal protestou e Pike resolveu deixá-la. Não muito depois da morte de Jim, após ingerir forte dose de barbitúricos, morre à senhora Marem Bergrud, secretária de confiança de Pike. Ela sofria de câncer. Certos dias, estando ela melhor de saúde, os espíritos segredaram-lhe ao ouvido que, se pusesse fim a sua vida, poderia perpetuar aquele estado. Foi o que ela fez. Com a morte do filho e agora da secretária, Pike ficou quase arrasado, mesmo assim continuou buscando fenômenos relacionados com o além-túmulo. 7.4 – O OUTRO LADO Pike juntou todo o material das sessões espíritas das quais havia participado, e escreveu o livro O OUTRO LADO. Pike foi presa fácil, caindo sob armadilha do espiritismo sem nenhuma resistência. Ao abandonar a Igreja Episcopal, Pike decidiu fundar uma entidade para estudos psíquicos, num dos seus diálogos com o suposto espírito e Jim, indagou se o filho ouviria falar de Jesus, ao que ele respondeu: – “Meus mentores dizem: -” “Jim, você ainda não está em condições de compreender”. Eu não encontrei, mas todos falam a respeito dele como um místico, um vidente. Eles não o mencionam como o salvador, mas como um exemplo. Você compreendeu? Eu preciso dizer-lhe: Jesus é triunfante. Você não pode me pedir que lhe diga o que ainda não compreendo. Ele não é o salvador, isto é muito importante, mas um exemplo”. Acrescenta o Anuário: “… agora Pike julga-se um cristão autêntico”. 7.5. A Lei da Semeadura e da Colheita. Pike partiu para a Palestina a fim de fazer uma pesquisa a respeito de Jesus Cristo, nos próprios lugares por onde Jesus andou e exerceu o seu ministério. A bíblia já não valia coisa alguma. Jesus, o Cristo o Filho de Deus, não passava de um místico, um vidente, nada mais que isto. Ali aconteceu o que certamente ele não previra: no dia 7 de setembro de 1969 o seu corpo foi achado sem vida, quase que completamente encoberto pela areia dos desertos próximos do mar Morto. Vale a pena lembrar e citar as palavras do apóstolo Paulo, quando diz: “não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas quem semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gl 6:7-8). VIII. VOCABULÁRIO ESPIRITISTA. Assim como a pessoa é conhecida pelo vocabulário que usa, de igual modo o espiritismo é mais bem identificado por seu vocabulário, usado para comunicar os seus enganos. É evidente que muitas das palavras seguintes, usadas no linguajar espiritista, podem Ter diferentes sentidos, por exemplo, de acordo com a ciência. Porém, na relação a seguir, vamos dar o significado de cada palavra, de acordo com a interpretação dada pelo próprio espiritismo. 8.1. Palavras de Engano. Do grande universo de termos usados pelo espiritismo, destacam-se os seguintes: • MÉDIUM – Pessoa a quem se atribui o poder de comunicar com os espíritos de pessoas mortas. • MEDIUNIDADE – É o fenômeno em que uma pessoa recebe um outro espírito, supostamente duma pessoa falecida, sendo que esse espírito recebido passa a dominar a mente do médium que recebe o controle e o domínio do seu próprio corpo. • CLARIVIDÊNCIA E CLARIUNDIÊNCIA – Fenômenos segundo os quais uma pessoa pode sentir, observar e ver os espíritos que a rodeiam, servindo de elo de ligação e comunicação entre o mundo visível e o invisível. • LEVITAÇÃO – Força psíquica por uma ou mais mentes na imposição de mãos, onde o objeto ou uma pessoa se pode elevar do solo. É muito praticada na parapsicologia, que é uma falsa ciência. • TELEPATIA – Comunicação por via sensorial entre duas mentes à distância; transmissão de pensamento. • CRIPTESTESIA – É o fenômeno da sensação do oculto, ou seja, o conhecimento de um fato transmitido por um morto, sem conhecimento de nenhum vive. • PREMONIÇÃO – Sensação, pressentimento do que vai acontecer. • METAGNOMIA – É a resolução de problemas matemáticos, obras artísticas que se produzem e línguas desconhecidas que se decifram. (Lembre-se de que isto nada tem a ver com nenhum dos dons do Espírito Santo). • TELECINÉSIA – Movimentos de objetos, toque de instrumentos musicais, alterações de balanços sem o que de mãos. • IDIOPLASTIA – É a alteração do corpo físico em virtude do pensamento. 8.2. CARACTERÍSTICAS DESSES FENÔMENOS Cássio Colombo, num “Estudo sobre o Espiritismo”, chama a nossa atenção para o fato de que esses “fenômenos”: 1º Não são fatos comuns da vida; antes, impressionam pela sua anormalidade. 2º Ocorrem apenas com determinadas pessoas que também recebem o de nome de “clarividentes” ou “médiuns”. 3º Todos são, pelo menos na aparência fatos inteligentes. 4º São fenômenos que ninguém tem a consciência de causas. Daí a atribuí-los cada qual a outrem, ou seja, não há entidade responsável pelos trabalhos. 5º Os fenômenos metapsíquicos independem de espaço e de tempo. Há conhecimentos direto, imediato. 6º Há condições necessárias para as manifestações metapsíquicas: concentração, penumbra, etc. O medo, a desconfiança e o sarcasmo perturbam essas manifestações. 7º Há quase sempre o que se tem chamado de projeção, isto é, os fenômenos são objetivos e não subjetivos. Não há alucinações. 8º As mensagens mediúnicas são muitas vezes apresentadas de modo simbólico. Exemplo: para simbolizar uma morte, surge uma despedida. 9º Os fenômenos referidos várias vezes ocorrem na hora da morte, suponha-se que, neste caso, os fenômenos surjam por causa da tensão emotiva e das condições vitais que, fugindo à regra, permitem a manifestação das forças latentes do espírito. 10º Há comportamento nas manifestações metapsíquicas que parecem expressar existência de personalidades dos que tomam parte da sessão. É o caso da fraude e da fantasia comuns no espiritismo. IX – O ESPIRITSMO E AS SUAS CRENÇAS. Já dissemos que as duas principais estacas de sustentação do Espiritismo são o dogma da reencarnação e a alegada possibilidade de os vivos se comunicarem com os espíritos dos mortos. Mas a doutrina espiritista é muito mais que isto, como é mostrado a seguir: 9.1. COMPLEXO DOUTRINÁRIO O conjunto de doutrinas do espiritismo é grande e complexo. Na verdade se constitui num esquema de negação de toda a doutrina bíblica cristã. Veja, por exemplo, o que crê o espiritismo acerca dos seguintes temas da doutrina cristã. 9.1.1. DEUS “Ab-rogamos a idéia de um Deus pessoal” (The Physical Phenomena In Spiritualism Revealed). “Deve-se entender que existem tantos deuses quantas as mentes que necessitam de um deus para adorar; não apenas um, dois, ou três, mas muitos” (The Banner of. Light, 03/02/1866). 9.1.2. CRISTO “Qual o sentido da palavra Cristo? Não é, como se supõe geralmente, o Filho do Criador de todas as coisas? Qualquer ser justo e perfeito é Cristo” (Spiritual Telegraph, n. º 37). “Cristo foi um homem bom, não poderia Ter sido divino, exceto no sentido, talvez em que todos somos divinos” (Mensagem por um “espírito”, citado por Raupert em Spiritist Phenomena and Their Interpretation). 9.1.3. A EXPIAÇÃO “A doutrina ortodoxa da Expiação é um remanescente dos maiores absurdos dos tempos primitivos, e é imoral desde o âmago… a razão dessa doutrina é que o homem nasce neste mundo como pecador perdido, arruinado, merecedor do inferno. Que mentira ultrajante!… – Porventura o sangue não ferve de indignação ante tal doutrina?” (Médium and Daybreak). 9.1.4. A QUEDA “Nunca houve qualquer evidência de uma queda do homem” (A. Conan Doyle). “Precisamos rejeitar o conceito de criaturas caídas. Pela queda deve-se entender a descida do espírito à matéria” (The True Light). 9.1.5. O INFERNO “Posso dizer que o inferno é eliminado totalmente, como há muito tem sido eliminado do pensamento de todo o homem sensato. Essa idéia odiante, e blasfema em relação ao Criador, originou-se do exagero de frases orientais, e talvez tenha tido sua utilidade numa era brutal, quando os homens eram assustados com as chamas, como as feras são espantadas pelos viajantes” (A. Conan Doyle, em Outlines of. Spiritualism). 9.1.6. A IGREJA “Passo a passo avançou a Igreja Cristã, e ao fazê-lo passo a passo à tocha do espiritismo foi retrocedendo, até que quase não se podia mais perceber uma fagulha brilhante em meio às trevas espessas… Por mais de mil e oitocentos anos chamada Igreja Cristã se tem imposto entre os mortais e os espíritos, barrando toda oportunidade de progresso e desenvolvimento. Atualmente, ela se ergue como completa barreira ao progresso humano como já fazia há mil e oitocentos anos” (Mind and Matter, 08/-5/1880). “Se o cristianismo sobreviver, o espiritismo deve morrer; e se o espiritismo tiver de sobreviver, o cristianismo deve desaparecer. São as antíteses um do outro… (Mind and Matter, junho de 1880)”. 9.1.7. A BÍBLIA. “Asseverar que ela [a Bíblia] é um livro santo e divino, e que Deus inspirou os seus escritores para tornar conhecida a vontade divina, é um grosseiro ultraje e um logro para o público” (Outline of. Spiritualism). “Gostamos pouco de discutir baseados na Bíblia, porque, além de a conhecermos mal, encontramos nela misturado com os mais santos e sábios ensinamentos, os mais descabidos e inaceitáveis absurdos” (Carlos Imbassaby), (O Espiritismo Analisado). X. REFUTAÇÃO BÍBLICA DESSAS AFIMAÇÕES ERRADAS. A Bíblia Sagrada, a espada do Espírito Santo, lança doutrina espiritista por terra, e declara em alto e bom som, que: 10.1. DEUS. a) É um Ser pessoal (Jo 17:3; Sl 116:1-2; Gn 6:6; Ap 3:19); b) É um Ser único (Dt 6:4; Is 5,18; I Tm 1:17; Jd 25). 10.2. JESUS CRISTO. a) Foi superior aos homens (Hb 7:26); b) É apresentado na Bíblia como profeta, sacerdote e rei, e nunca como médium (At 3:19-24); Hb 7:26-27; Fp 2:9-(11). 10.3. A EXPIAÇÃO. a) Foi um ato voluntário de Cristo (Tt 2:14); b) É alcançada como conseqüência da fé (At 10:43); c) É adquirida pelo sangue de Cristo, segundo a riqueza da sua graça (Ef 1:7). 10.4. A QUEDA. a) Sobreveio como conseqüência da desobediência de Adão (Rm 5:12, 15,19); b) Decorreu da tentação do Diabo (Gn 3:1-5; I Tm 2:14). 10.5. O INFERNO. a) Foi preparado para o Diabo e seus anjos (Mt 25:41); b) Fica embaixo (Pv 15:24; Lc 10:15); c) Será a habitação final e eterna dos perversos (Sl 9:7; Mt 25:41). 10.6. A IGREJA. a) Foi fundada por Jesus Cristo (Mt 16:18) b) Jamais será vencida (Mt 16:18); c) É guardada pelo Senhor (Ap 3:10). 10.7. A BÍBLIA. a) É a Palavra de Deus (II Sm 22:31; Sl 12:6; Jr 1:12); b) Foi escrita sob inspiração divina (I Pe 2:20-21); c) É absolutamente digna de confiança (Sl 111:7); d) É descrita como pura (Sl 19:8); espiritual (Rm 7:14); santa, justa e boa (Rm 7:12); ilimitada (Sl 119:96); perfeita (Sl 19:7; Rm 12:2); verdadeira (Sl 119:142); não pesada (I Jo 5:3). Disse Henrique Heine, o famoso poeta alemão: “Depois de haver passado tantos e tantos longos anos de minha vida e correra a taberna de filosofia, depois de me haver entregado a todas as politiquices do espírito e Ter participado de todos os sistemas possíveis, sem neles encontrar satisfação, ajoelho-me diante da Bíblia”.

Espiritismo , que religião é essa?


Espiritismo , que religião é essa? Jesus Cristo não é o enviado de Deus à Terra. É apenas um espírito mais evoluído que serve de guia para toda a humanidade. Criado por um pedagogo, o Espiritismo surgiu na França no século XIX. Hoje, o Brasil possui a maior comunidade espírita do mundo. Saiba tudo sobre a religião que considera a morte apenas uma etapa da evolução pessoal e que acredita na vida em outros planetas Jesus Cristo não é o enviado de Deus à Terra. É apenas um espírito mais evoluído que serve de guia para toda a humanidade. A morte de um ente querido, por mais dolorosa que seja, não deve ser encarada de forma absolutamente negativa. Muitas vezes, é apenas o encerramento de uma missão no mundo dos vivos. Vivemos cercados de espíritos, alguns bons, outros ruins. As afirmações acima – que batem de frente com os princípios fundadores de muitos credos, entre eles a fé católica e todas as demais religiões dela derivadas – costumam ser proferidas de maneira desassombrada pelos espíritas em centenas de centros espalhados pelo Brasil. Pudera. Fazem parte das idéias básicas de uma religião professada por 2,3 milhões de brasileiros, segundo o último censo do IBGE. A enorme receptividade do Espiritismo no Brasil é mais um dos inúmeros paradoxos da fé em terras tupiniquins. Embora a pátria-mãe do Espiritismo seja a França – país de Allan Kardec, o homem que, no século XIX, compilou e decodificou os princípios que até hoje orientam os 15 milhões de adeptos no mundo todo –, foi no Brasil que essa religião, gestada numa era em que a ciência se desenvolvia vertiginosamente, encontrou terreno fértil para se alastrar do Oiapoque ao Chuí. Por quê? A resposta está tanto no Espiritismo quanto no povo brasileiro. O QUE É Religião ou doutrina? Se você perguntar a algum freqüentador assíduo de centro espírita, provavelmente receberá a seguinte resposta: o Espiritismo é uma doutrina revelada pelos espíritos superiores a Allan Kardec, que a codificou em cinco obras: O Livro dos Espíritos (1857), O Livro dos Médiuns (1859), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1863), O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868). Mas isso explica muito pouco. Doutrinas há de todas as cores e matizes ideológicos. O Marxismo também é uma doutrina baseada em um livro fundamental (no caso, O Capital, de Karl Marx), mas nem por isso deve ser encarado como uma religião. A Psicanálise, também. Assim ocorre com outras filosofias. A diferença básica está na forma de encarar a realidade. “Se você explica a realidade social pela realidade transcendente, sua visão é religiosa”, afirma Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti, professora do Departamento de Antropologia Cultural da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e estudiosa do Espiritismo no Brasil. Isso quer dizer que, sim, o Espiritismo é uma religião – pois apresenta toda uma série de explicações espirituais e divinas para eventos tão comezinhos quanto o mau humor do seu vizinho e tão devastadores quanto a morte de alguém em sua família. Típico rebento do século XIX – o mesmo das teorias evolucionistas de Charles Darwin, da Tabela Periódica, da redescoberta das filosofias orientais e do Positivismo de Auguste Comte –, o Espiritismo consegue a proeza de mesclar Catolicismo primitivo (caridade), Budismo (reencarnações), Darwin (evolucionismo) e um caldeirão de credos esotéricos que estavam em plena voga nos anos 1800 – e que geraram filosofias tão diversas como o Espiritualismo de Emannuel Swedenborg e a Teosofia de Madame Blavatsky. “É uma religião de síntese”, afirma Maria Laura. E só poderia ser assim mesmo. Seu iniciador, Allan Kardec (1804-1869), era um pedagogo que fundou na própria casa um curso gratuito de Química, Física, Anatomia e outras ciências que galvanizaram as mentes curiosas do século XIX e ajudaram a preparar o terreno para as revoluções científicas da nossa era. Kardec inclusive chegou a estudar Medicina, mas logo abandonou os planos de atuar nessa profissão. É por essa razão que, desde o início do movimento espírita, ele sempre fez questão de apresentar, com um vocabulário inspirado nas ciências, eventos como comunicação com espíritos e o movimento de objetos sem ação humana aparente. Num texto bastante famoso, o iniciador do Espiritismo explica seu método: “Apliquei a esta nova ciência, como tinha feito até então, o método de experimentação; nunca elaborei teorias preconcebidas: eu observava atentamente, comparava, deduzia as conseqüências...”. A identificação explícita com o método de dedução científica foi uma tentativa de livrar o Espiritismo da pecha de irracionalidade num tempo em que a Razão era um verdadeiro dogma. E também foi – numa estratégia inversa – uma afirmação do Espiritismo como reunião de doutrinas religiosas, científicas e filosóficas para fazer frente às verdades incontestáveis da Igreja Católica. E essa, logo iria mostrar seu desagrado com a nova religião. Porque a afirmação do Espiritismo foi uma luta difícil e demorada, como se verá a seguir. COMO SURGIU Um dia, andando pelas ruas de Paris, Hippolyte Léon Denizard Rivail encontrou-se com um amigo de nome Carlotti, que lhe descreveu uma série de eventos extraordinários, supostamente provocados pela ação direta de espíritos. Curioso e ainda descrente, Rivail começou a freqüentar algumas reuniões – e teria visto seu ceticismo virar picadinho ao observar mesas e outros objetos ganharem movimento sem a ajuda de qualquer pessoa ou mecanismo especial. Disposto a entender esses fenômenos, Rivail mergulhou no estudo de várias correntes do misticismo e começou (num gesto que viria confirmar suas inclinações científicas) a experimentar e repetir vários daqueles que seriam fenômenos de comunicação com o mundo dos mortos. Numa das sessões que presenciava, Rivail ouviu de um médium que ele já fora um celta chamado Allan Kardec. E que, como Kardec, ele deveria reunir os muitos ensinamentos e conclusões dos últimos séculos numa doutrina que propagasse os ideais de Cristo e trouxesse alívio para os corações dos homens. Imbuído desse espírito (sem trocadilhos), Kardec começou a trabalhar na síntese que gerou o Espiritismo. Em 1857, Kardec trouxe à luz O Livro dos Espíritos. É a partir dessa obra que se pode falar em Espiritismo (a palavra, aliás, é um neologismo cunhado pelo próprio Kardec para diferenciar a nova religião dos inúmeros espiritualismos que estavam na moda). E – outro elemento de diferenciação com as demais religiões – tinha a retórica livremente inspirada no vocabulário e no método expositivo dos livros de ciências naturais do século XIX. Uma linguagem sintética, facilmente compreensível e nada hermética. Contudo, a nova religião iria despertar a fúria da Igreja Católica. Os motivos dão força a um debate que, mesmo hoje, mais de cem anos depois, ainda inflamam adeptos e estudiosos acadêmicos. Primeiro motivo: no Espiritismo, Cristo não é o filho de Deus – mas um espírito mais evoluído. Segundo motivo: a Redenção no Catolicismo é um evento único, total, universal. No Espiritismo ela se dá em conta-gotas, a cada passo da evolução de cada um dos espíritos. Só essas duas diferenças já serviriam para provocar uma cisão. Sem falar na possibilidade de reencarnação, que não existe no Catolicismo. Mas – pelo menos entre os espíritas – a identificação com a fé cristã é total. “A fé espírita é baseada nos ensinamentos de Jesus: logo, é uma religião cristã”, afirma Durval Ciamponi, presidente da Federação Espírita do Estado de São Paulo. “O Espiritismo não é uma religião cristã”, diz Antônio Flávio Pierucci, professor do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo (USP) e um dos maiores estudiosos da religiosidade brasileira. “Os espíritas utilizam o Cristianismo para se legitimarem.” Pierucci vai mais longe. Afirma que esse vínculo com a Igreja Católica pregado pelos espíritas serviu, durante décadas, para lutar contra a discriminação: “O Espiritismo faz força para não parecer uma religião exótica”. Esse alinhamento com os evangelhos pode ser explicado pelas perseguições sofridas pelos adeptos do Espiritismo. Já em 1861, o bispo de Barcelona, na Espanha, promoveu um auto-de-fé com livros espíritas. Uma enorme fogueira queimou os livros de Kardec. Junto com a Igreja, nessa mesma época cientistas e políticos europeus (influenciados pela Igreja ou não encontrando na doutrina o rigor que ela declarava ter) iniciaram uma poderosa campanha de difamação do Espiritismo. No final das contas, grande parte dos estudiosos acadêmicos do Espiritismo considera a religião uma espécie de neocristianismo. “Jesus Cristo é um elemento comum entre as duas religiões. As diferenças não apagam as semelhanças”, afirma Maria Laura. E assim, identificado com o Cristianismo, o novo credo se alastrou pelo mundo. Chegando ao Brasil em 1860, o Espiritismo logo foi adotado por intelectuais, militares e funcionários públicos. Porém, o rastro de perseguição também chegou até aqui. O Código Penal de 1890 classificava o Espiritismo como crime. Apesar disso, a religião se fortalecia e expunha à população um dos seus lados mais meritórios: a caridade. E o ato de fazer bem às comunidades próximas dos centros espíritas se tornou uma marca tão forte no Espiritismo brasileiro que ajudou a transformar a religião e a lhe emprestar uma face tipicamente verde-amarela. É isso, em parte, que ajuda a explicar o salto quantitativo do Espiritismo no Brasil. Há até uma cidade fundada exclusivamente por espíritas. Palmelo, a 200 quilômetros de Goiânia, GO, surgiu a partir da criação de um centro espírita, em 1929. Recebendo cerca de 50 000 visitantes todos os anos, que ali procuram consolo para inúmeras aflições físicas e espirituais, Palmelo (que foi emancipada em 1953) não permite a venda de bebidas alcoólicas e, em suas ruas, placas apresentam “pílulas” de ensinamentos espíritas extraídos dos livros de Allan Kardec. A cidade goiana, porém, é um fato isolado. No resto do Brasil, os agrupamentos espíritas distinguem-se pela sobriedade e pelos baixos níveis de proselitismo. E mesmo com sua enorme difusão em terras brasileiras, a religião continua sendo, até hoje, uma fé professada pela classe média urbana (que, por receio de discriminação, não costuma ostentar traço algum da sua opção religiosa). “O Espiritismo difundiu-se entre profissionais liberais e pessoas da classe média dos centros urbanos porque exige leitura e instrução”, afirma Marcelo Camurça, professor de Ciências da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais. Quem já freqüentou um centro espírita sabe disso. A atmosfera lembra ligeiramente um congresso universitário. Um auditório atento, muitas vezes municiado de algum dos livros de Kardec, escuta as leituras e os comentários feitos por um ou mais “palestrantes” reunidos em uma mesa. Tudo de um modo sóbrio e nada espetaculoso. “A sobriedade é uma das maiores fontes de identificação do Espiritismo entre a classe média”, afirma Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti. A disciplina é outra exigência não assumidamente declarada. Vai daí o grande número de militares que, desde os primórdios, mergulhou nos ensinamentos de Kardec. Um dos mais famosos espíritas fardados do Brasil é o general Alberto Cardoso, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional e líder de um centro espírita na capital federal. Por causa de suas origens declaradamente científicas e pelo discurso que prega a racionalidade, o Espiritismo vem atraindo médicos – céticos diplomados e profissionais – nas últimas décadas. Fundada em 1968, a Associação dos Médicos Espíritas do Brasil (Amebrasil) reúne cerca de 1 200 médicos que estudam e tentam transpor para a prática diária da Medicina alguns dos princípios do Espiritismo. É uma questão polêmica. O Espiritismo prega o tratamento homeopático e são célebres na trajetória brasileira da religião os casos de médiuns (como o mineiro José Arigó, que incorporava um suposto doutor Fritz e, inspirado por ele, fazia escatológicas cirurgias em milhares de pessoas entre os anos 50 e 70) que reúnem multidões de desvalidos em operações de fundo de quintal. Está-se falando de dois elementos que configuram prática ilegal da Medicina: receitar remédios e operar doentes sem licença para isso. No entanto, esses aspectos não são levados em conta pelos médicos espíritas. “Sempre usei a alopatia e o próprio Chico Xavier sempre se operou pela Medicina tradicional”, afirma Marlene Rossi Severino Nobre, médica aposentada pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo e presidente da Amebrasil. Marlene – que trabalhou com Chico em Uberaba no início da década de 60 e com ele chegou a psicografar algumas obras – não divisa conflito algum entre Medicina e Espiritismo. “O médico espírita leva aos seus pacientes os ideais de caridade da doutrina Espírita”, diz. “A Medicina é muito reducionista”, afirma. Para ela, a única explicação para a vida biológica, para o surgimento das células e para a evolução do Homem é a ação de forças superiores, ainda pouco compreendidas pela humanidade. Nos próximos anos, os médicos da Amebrasil pretendem intensificar uma série de experimentos para comprovar eventos como campo magnético e experiências de quase-morte, até hoje inexplicados pela ciência tradicional. Sem contar com aval universitário algum, nem com qualquer tipo de estímulo de órgãos tradicionais de fomento à pesquisa como Capes e CNPq, a Amebrasil equilibra-se numa corda-bamba entre ciência e fé. É uma polêmica que promete esquentar os meios médicos e espíritas brasileiros num futuro próximo. Mas um comportamento sóbrio, a prática da caridade e a adesão crescente de setores da Medicina não explicam totalmente o ibope do Espiritismo no Brasil. A fé espírita germinou aqui mais do que em qualquer outro lugar porque encontrou um terreno fértil para grande parte de seus princípios. Uma mistura muito brasileira de crenças católicas populares herdadas de Portugal, adoração aos mortos e religiosidades indígena e negra ajudou a alastrar o alcance da fé (veja quadro na página 51). E foi no Brasil que surgiu o maior médium desde Allan Kardec. Francisco Cândido Xavier (1910-2002), franzino e modesto, com uma saúde combalida desde sempre, encarnou como ninguém os ideais de comedimento, benevolência e austeridade do Espiritismo. Sua adesão à fé obedeceu aos insondáveis princípios de uma predestinação. Órfão ainda na infância, Chico teria começado a se comunicar e a se aconselhar com o espírito da mãe. Na escola, durante as comemorações do Centenário da Independência, em 1922, a turma de Chico deveria escrever uma redação sobre o acontecimento nacional. Durante a aula, o menino teria se perturbado com a presença de um homem ao seu lado, ditando-lhe o texto – que obteve menção honrosa. Com 18 anos e buscando uma explicação para os fenômenos que o teriam acompanhado desde a infância, Chico já é um freqüentador de centros espíritas. E logo fica bem claro para todos que aquele rapaz de saúde frágil é um médium destinado a limpar as últimas nódoas de marginalidade que ainda recobrem o Espiritismo no Brasil. É a partir desse momento que ele teria entrado em contato com as primeiras manifestações do espírito Emmanuel – o que lhe renderia o posto de “co-autor” de nada menos que cerca de 400 títulos por ele psicografados sob inspiração do espírito e que venderam 25 milhões de livros em todo o mundo. Com Emmanuel (que teria sido o senador romano Publius, depois um escravo cristão dilacerado por leões e, finalmente, o padre Manuel da Nóbrega, já em terras brasileiras), Chico realizou vários avanços na doutrina formada por Kardec, alastrando a sabedoria espírita para outros campos, como ciências sociais e economia. Imbuído do espírito de caridade, Chico destinou toda a renda a entidades sociais e aposentou-se com um modesto salário de funcionário público. Quando morreu, em 30 de junho deste ano, deixou uma multidão de seguidores e leitores em todos os cantos do planeta e uma lição de humildade e amor ao próximo que transcende os limites do Espiritismo. O QUE PREGA Para entender o Espiritismo, é preciso saber que a base de toda a religião está exposta nas cinco obras seminais de Allan Kardec. Desde esse nascimento na França oitocentista, o Espiritismo reivindica não apenas um status de religião, mas também de ciência e de filosofia. Ou seja: é uma fé e uma doutrina cujas manifestações – contato com espíritos, regressões a vidas passadas e textos psicografados – poderiam ser comprovadas através do método dedutivo herdado da ciência. Segundo o Espiritismo, todo homem é um médium, um canal de comunicação entre os vivos e os espíritos. Por isso, não existe um papa espírita nem qualquer tipo de hierarquia dentro da religião (a ausência de paramentos e cerimoniais também é uma característica “racionalista” dentro da fé espírita). Nos centros espíritas, por exemplo, a função de liderança geralmente está reservada ao médium mais experiente ou ao próprio fundador do centro. A simplicidade pregada pelo Espiritismo também estaria explicitada pela inexistência de grandes rituais de passagem como casamentos, batismos e enterros. Isso porque os espíritas acreditam ser desnecessário o vínculo com Deus – “a inteligência suprema”, como prega Allan Kardec. Céu, inferno e diabo virtualmente não existem no horizonte espírita. Isso porque o Bem e o Mal podem estar dentro de cada um, sem que haja a necessidade de uma localização para cada um. Os médiuns comunicam-se com os espíritos das mais diversas maneiras. Houve um tempo em que a comunicação se dava por meio de batidinhas na parede, mas hoje, na maioria dos centros espíritas, as principais formas de comunicação costumam ser a psicografia e a incorporação. Em sessões chamadas de “desobsessão” (quando um espírito cheio de más intenções incomoda uma pessoa), os médiuns incorporam essas entidades chamadas “obsessoras” e procuram convencê-las da falta de sentido em assombrar a vida dos “encarnados”. O Espiritismo acredita que os espíritos são criados numa espécie de “ponto zero”, onde todos são imperfeitos e devem chegar – ao longo de várias e sucessivas encarnações – à perfeição. A cada encarnação o espírito aprende um pouco mais sobre bondade, tolerância e caridade. Claro que nem todos são “santos”: o livre-arbítrio (a capacidade de cada um escolher o seu destino) é um elemento importante da religião. Por isso, haveria espíritos deliberadamente “maléficos” fadados a intermináveis (e sofridas) encarnações na Terra. Os espíritos só se tornarão mais iluminados e superiores na medida em que forem eliminando seus maus hábitos, os aspectos ruins do seu caráter e passarem a praticar o bem. Um fato curioso é a crença dos espíritas na vida em outros planetas. “Os espíritos são intergalácticos”, afirma Durval Ciamponi, da Federação Espírita de São Paulo. Isso não significa, necessariamente, a existência de ETs pilotando discos voadores pelo espaço sideral: mas formas de vida – inclusive minerais – que são habitadas por espíritos em diferentes estágios de evolução em lugares tão inóspitos quanto Saturno ou Plutão. Essa crença numa força divina interplanetária fez do Espiritismo, desde a década de 1960, um dos elementos que ajudaram a compor as religiões new age. “O Espiritismo antecipa toda essa onda de religiões e doutrinas da Nova Era”, afirma Marcelo Camurça, da UFJF. Kardec fatiou o homem em três porções básicas: espírito (“essência imortal”), corpo (“invólucro material”) e perispírito (“corpo” que reveste o espírito). Quando uma pessoa morre, sua alma e seu perispírito libertam-se do corpo e passam a seguir um trajeto rumo à reencarnação. Um espírito irá encarnar tantas vezes quantas forem necessárias para atingir a perfeição. O mundo material, portanto, seria uma espécie de universidade onde os espíritos aprendem com as provações. É nesse mundo que nos coube viver que cada ação seria avaliada como mais um aspecto da evolução pessoal. O velho adágio “aqui se faz, aqui se paga” recebe, no Espiritismo, uma validade bastante concreta. E são essas “dívidas”que explicariam, por exemplo, o nascimento de uma criança sem cérebro ou a paralisia de um adulto: tragédias pessoais que, do ponto de vista da doutrina, seriam necessárias para que o espírito refletisse e compreendesse que todos os reveses acontecem para seu benefício durante a evolução. Temas incandescentes como aborto, eutanásia e suicídio são condenados – como na maior parte das religiões –, mas sua possibilidade existe porque cada um conta com o livre-arbítrio. O percurso evolutivo de cada um explica as diferenças sociais, de saúde ou de capacidade intelectual. As benesses ou tragédias de cada um fazem parte do carma – que pode ser revertido graças a ações meritórias. Pois fazer o bem para os outros, no Espiritismo, é fazer o bem para si mesmo. Por isso a caridade é um dos elementos mais importantes da religião: ela serve para amenizar o sofrimento alheio e “conta pontos” na evolução de quem a pratica. “Fora da caridade não há salvação”, prega a mais famosa frase de Allan Kardec. Pode-se discordar ou mesmo refutar desdenhosamente os princípios do Espiritismo. Porém, é virtualmente impossível fazer troça ou ignorar o legado de respeito ao próximo difundido por essa religião. Um princípio que, tranqüilamente, pode ser seguido por qualquer um que habite o nosso planeta. Acredite em Deus ou não. Pequeno vocabulário espírita Nas cinco obras que deixou para a posteridade, Allan Kardec estabeleceu os princípios básicos da doutrina espírita. Uma curiosa mistura de conceitos religiosos com alguma terminologia científica do século XIX. Conheça alguns dos principais termos do Espiritismo: Universo Criação de Deus. Todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados fazem parte dele. Comporta vários mundos habitados com seres em diferentes graus de evolução. Deus É considerado uma forma de inteligência suprema. Eterno, imutável, imaterial, justo, bom e onipotente. Cristo Ao contrário do que pregam a maior parte das religiões cristãs, Jesus Cristo não é o filho de Deus, mas um espírito mais evoluído. E um modelo para toda a humanidade. Espíritos Seres inteligentes da criação. São criados ignorantes e evoluem ao longo de várias vidas até alcançarem a perfeição. Dividem-se em “espíritos puros” (perfeição máxima), “bons espíritos” (em que predomina o desejo do bem) e “espíritos imperfeitos” (caracterizados pelo desejo do Mal). Homem Espírito encarnado em um corpo material. Reencarnação O espírito atravessa várias existências como encarnado. Cada uma delas é um estágio evolutivo rumo à perfeição. Desencarnar A morte (desencarnação) é encarada como apenas mais um estágio da vida espiritual – considerada a verdadeira vida. Não é compreendida como uma cisão definitiva entre as pessoas que se amam, mas apenas uma separação temporária no mundo físico. Livre-arbítrio O homem tem várias escolhas na vida, mas responde por todas as suas ações. Prece A prece torna melhor o homem e é um ato de adoração a Deus. Abençoado por Deus Paradoxos do país tropical: a maior nação católica do mundo (cerca de 125 milhões de praticantes, segundo o censo do IBGE) ofereceu, desde os primórdios da colonização, um terreno fértil para a mistura de credos e favoreceu o surgimento de modalidades de fé genuinamente brasileiras. Religiões tão diversas quanto Candomblé, Catimbó, Pajelança, Tambor de Mina, Umbanda e a face nacional do Espiritismo formaram-se a partir de elementos comuns. Uma das maiores explicações para o sincretismo brasileiro estaria no Catolicismo legado pelos portugueses. A fé católica que veio de além-mar é muito mais “íntima” e “pessoal” do que a de outros países cristãos da Europa. Em Portugal e, em seguida, no Brasil, a relação dos homens com Deus geralmente é filtrada pelo santo da predileção de cada um. Antes de recorrer a Deus, portugueses e brasileiros vão bater na porta do santo mais próximo. A profusão de anjos da guarda, de rezas particulares e de toda uma sorte de benzeduras favoreceu a mescla de elementos cristãos com outros originários dos rituais indígenas e africanos. Outro elemento do Catolicismo popular que iria ser combinado com práticas religiosas nativas é a adoração aos mortos. Procissões populares e mesmo o hábito de “conversar” ao pé do túmulo de um ente querido favoreceram a penetração de credos em que o contato com o mundo dos mortos é um dos elementos básicos – como o Espiritismo. Assim como, no campo racial, a mestiçagem serviu para anestesiar certos conflitos, a Igreja portuguesa soube incorporar – ou, no mínimo estrategicamente, não quis condenar – algumas manifestações religiosas inspiradas no Catolicismo que surgiram ao longo da história brasileira. Festas populares repletas de elementos de outros credos, divindades africanas que poderiam ser “permutadas” por equivalentes na fé cristã (Oxalá Jovem = Menino Jesus) e o saudável livre-trânsito, tipicamente nacional, entre mundos religiosos paralelos (milhões de brasileiros comparecem às quartas no terreiro e aos domingos na missa), forjaram a democracia religiosa nacional. “O Catolicismo no Brasil sempre favoreceu a mistura”, diz a médica e pesquisadora Eneida D. Gaspar, autora do Guia de Religiões Populares do Brasil. Eneida afirma que foi graças a essa postura mais flexível da Igreja que religiões como Umbanda – uma mistura de elementos cristãos, espíritas e africanos – ganharam forma no início do século XX. Mas nem tudo são flores na trajetória das religiões brasileiras. A maior parte delas foi condenada no início justamente porque apresentava forte influência africana. Terreiros de Candomblé eram sistematicamente fechados pela polícia ainda nos anos 50. A forma encontrada para o fim da discriminação diz muito sobre a alma brasileira: quando brancos de classe média, com conhecimento do Espiritismo, ingressaram nos terreiros, a nuvem de preconceito rapidamente se dissipou. A Umbanda é um caso exemplar dessas transformações da religiosidade brasileira. Mesclando os principais ensinamentos do Espiritismo com o ritualismo e a força teatral do Candomblé, a Umbanda fez com que o preconceito contra práticas africanas – no idioma da discriminação, todas as religiões negras são “macumba” – fosse diminuindo com o passar dos anos graças à freqüência de um público de maior poder aquisitivo. Paradoxalmente, no momento em que a Igreja parou de discriminar outras crenças, incorporando elementos africanos e indígenas, as igrejas neopentecostais – ou evangélicas – desestimulam seus fiéis à prática do sincretismo. Associam-no à prática de satanismo. Frases O “passe” é um dos elementos mais fortes do Espiritismo. Durante a sessão, o médium transmitiria a outras pessoas forças consideradas benéficas para sua saúde física e espiritual A leitura dos livros básicos do Espiritismo é uma das exigências da religião iniciada por Allan Kardec Kardec chegou a estudar Medicina, mas logo perdeu o interesse pelo mundo concreto Nos primórdios do Espiritismo, a Igreja Católica queimava os livros de Kardec nas praças O mundo dos espíritos – a alma de pessoas que morreram – comunica-se com os vivos por meio do pensamento e de textos psicografados Alguns espíritos considerados mais evoluídos transmitiriam ensinamentos e contariam histórias através da psicografia. Somente Chico Xavier, que teria incorporado Emmanuel, publicou mais de 400 livros No Brasil, grande parte dos conflitos religiosos foram amenizados pelo sincretismo Os espíritas acreditam que um copo d’água como este pode ser energizado durante as sessões Para saber mais Na livraria Espiritismo, Eduardo Araia, Ática, São Paulo, 1996 Guia de Religiões Populares do Brasil, Eneida D. Gaspar, Pallas, Rio de Janeiro, 2002 O Que é Espiritismo, Allan Kardec, Instituto de Difusão Espirita, Araras, 1990 A Realidade Social das Religiões no Brasil, Antônio Flávio Pierucci e Reginaldo Prandi, Hucitec, São Paulo, 1996 A Magia, Antônio Flávio Pierucci, Publifolha, São Paulo, 2001 Na Internet www.febrasil.org.br

sexta-feira, 1 de abril de 2016

O "evangeliquês" brasileiro precisa conhecer Niceia


O “evangeliquês” brasileiro precisa conhecer Niceia Postado por Ruy Marinho - No século IV havia muitas divergências a respeito das doutrinas de Deus e de Cristo. Visando resolver as questões, a igreja celebrou seu primeiro concílio universal, a fim de diminuir os conflitos doutrinários. Esse concílio ficou conhecido como Concílio de Niceia, foi convocado e presidido por Constantino. Na ocasião foi estabelecida a doutrina da Trindade, expressa no Credo de Niceia (oficialmente chamado de Credo Niceno-Constantinopolitano). Assim como no século IV, tenho percebido em nossos dias a dificuldade que cristãos têm de explicar e fundamentar essa doutrina. Ao visitar algumas igrejas, observo membros que, na tentativa de explicar a Trindade, ensinam heresias. Já presenciei um professor, em um estudo para jovens, negar a doutrina da Trindade, afirmando que o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito é apenas o espírito de Deus. Também tenho sido muito questionado por jovens e adolescentes quanto a essa temática, a maioria busca saber como fundamentar essa doutrina na Bíblia ou como entendê-la. Esse quadro me preocupa, pois estou convencido de que a doutrina da Trindade é a principal da Bíblia, ela é fundamental. Será que o “evangeliquês” brasileiro precisa voltar a Niceia? Nesse cenário escrevo este texto, visando ajudar os cristãos brasileiros a entenderem e explicarem a Trindade quando questionados. Antes de definir Trindade e explanar como a doutrina se fundamenta nas Escrituras, gostaria de dizer o que ela não é. Trindade não é a noção de que Pai, Filho e Espírito Santo são apenas manifestações distintas da mesma pessoa, Deus o Pai (Sabelianismo). Trindade não é a noção de que que Deus se apresentou de três modos distintos (Modalismo). Trindade não é a noção de que na essência de Deus há três pessoas que coexistem em um relacionamento hierárquico (Subordinacionismo). Quando se fala de Trindade, precisa-se reconhecer que estamos diante de um paradoxo. Isso significa que a doutrina da Trindade parece conter verdades contraditórias, mas é um ensino bíblico. Por exemplo, a Soberania de Deus e a Responsabilidade Humana ou a Humanidade e Divindade de Cristo, não se sabe como elas se relacionam mas crer-se que ambas são ensinos bíblicos, o mesmo pensamento se aplica à Trindade. Portanto, antes de qualquer definição, é necessário entender e reconhecer que o paradoxo da Trindade é uma verdade que está acima da nossa capacidade de entendimento. Digo isso porque a maioria das heresias relacionadas a doutrina da Trindade, que tenho ouvido nesses anos na membresia das igrejas, é consequência da tentativa de explicar a Trindade de forma que faça sentido racional e lógico. Wayne Grudem define a doutrina da Trindade do seguinte modo: "Deus existe eternamente como três pessoas - Pai, Filho e Espirito Santo - e cada pessoa é plenamente Deus, e existe um só Deus" [1]. Gosto dessa definição pois ela traz três verdades que são necessárias para entender e explanar a Trindade: (1) Deus é três pessoas; (2) As três pessoas são plenamente Deus; (3) Só há um Deus. Também creio que essa definição é adequada para um texto objetivo, como é o caso. É popular dizer que a doutrina da Trindade encontra-se somente no Novo Testamento. Porém, no Antigo Testamento encontra-se várias passagens que demonstram que Deus existe em mais de uma pessoa (Gn 1.26; 3.22; 11.7; Is 6.8), o que começa a lançar luz na primeira verdade da definição apresentada acima. Muitos teólogos também usam Isaías 61.10 para afirmar que essa doutrina está presente no Antigo Testamento mesmo que não explicitamente. No Novo Testamento a doutrina aparece de forma explícita e claramente pode-se perceber que Deus é três pessoas distintas. João 1.1-2 diz que "Ele estava no princípio com Deus", se Ele, o Verbo (que é revelado como Cristo nos versos 9-18), "estava com" significa que é uma pessoa distinta. Outros textos fazem distinção entre o Filho e o Pai: Jo 17.24; Hb 7.25; 1Jo 2.1. Além disso, em João 16.7 percebe-se a diferença pessoal entre Jesus e o Consolador (que é o Espirito Santo). Encontra-se também alguns versos em que as três pessoas aparecem juntas: Mt 28.19;1Co 12.4-6; 2Co 13.14; 1 Pe 1.2; Ef 4.4-6; Jd 20-21. Cada uma das três pessoas são plenamente Deus. É evidente que o Deus Pai é plenamente Deus em todo o antigo Testamento, onde Deus é reconhecido como Senhor soberano e em alguns textos do Novo Testamento (At 4.24; Mt 26.39; Mt 6.9-10). Em João 1.1-4 é notório que Jesus é plenamente Deus, além de outros textos como: Jo 20.28-29; Hb 1.1-3; Tt 2.13; 2 Pe 1.1; Rm 9.5. Em Isaías 9.6 a profecia apresenta o Messias como "Deus Forte". O Espirito Santo também é plenamente Deus, basta observar textos como: At 5.3-4; 1Co 3.16. Entendendo que Deus Pai e Deus Filho são plenamente Deus, então as "expressões trinitárias" que aparecem nos textos que foram apresentados no parágrafo acima (Mt 28.19; 1Co 12.4-6; 2Co 13.14; 1 Pe 1.2; Ef 4.4-6; Jd 20-21), também podem ser usados como base para afirmar que o Espirito Santo é plenamente Deus. Vale observar que, afirmar que as três pessoas são plenamente Deus, implica em crer que tais são iguais em poder e que andam em comunhão perfeita e indissociável (pois Deus é perfeito e imutável: Jó 11.7; Sl 102.25-27). Deus é três pessoas, as três pessoas são plenamente Deus porém há só um Deus. É claro nas Escrituras que existe somente um Deus: Dt 6.4-5; 1 Rs 8.60; Is 44.6-8; 45.5-6,21-22; Rm 3.30; Tg 2.19. Conclui-se que Deus é três pessoas distintas: Pai, Filho e Espirito Santo. O Pai é plenamente Deus, o Filho e plenamente Deus e o Espirito Santo é plenamente Deus. O Pai não é o Filho, o Filho não é o Espirito, o Espirito não é o Pai (pessoas distintas). Porém, não são três deuses, mas é apenas um Deus. Eis o paradoxo, eis o mistério da Trindade. Em Efésios 1.3-14, Paulo mostra como o Deus trino trabalha no plano de redenção. Do verso 3 ao verso 6, Paulo apresenta a obra do Pai, que é aquele que planeja. Do verso 7 ao verso 12, ele apresenta a obra do Filho, que é aquele que executa o plano, redimindo e remindo os que haviam sido eleitos pelo Pai. No verso 13 e 14, o Apostolo apresenta a obra do Espirito Santo, que é aquele que tem aplicado esse plano na vida dos eleitos do Pai. Repare que no fim de cada bloco encontra-se a expressão "para louvor da sua glória". Todos os atos de Deus na história são para louvor da sua própria glória. Nós somos beneficiados e Deus recebe a glória. Cito o início de uma oração Puritana: TRÊS EM UM, UM EM TRÊS, DEUS DA MINHA SALVAÇÃO, Pai celestial, Filho bendito, Espírito eternal, Eu te adoro como único Ser, única Essência, Único Deus em três Pessoas distintas, Por trazeres pecadores ao teu conhecimento e ao teu Reino. Ó Pai, tu me amaste e enviaste Jesus para me redimir; Ó Jesus, tu me amaste e assumistes minha natureza; Derramastes teu sangue para lavar meus pecados, Consumaste justiça para cobrir a minha iniquidade; Ó Santo Espírito, tu me amaste e entraste em meu coração, Lá implantaste a vida eterna, Revelaste-me as glórias de Jesus... [2] Entendendo que você compreendeu a doutrina da Trindade, creio que a melhor forma de você explicá-la para alguém é, primeiramente, mostrando que é um paradoxo. Depois apresentando as três verdades sobre a Trindade (Deus é três pessoas - As três pessoas são plenamente Deus - Só há um Deus) fundamentando-as nas Escrituras. Caso você esteja explicando para um não cristão, ao final, apresente o plano de redenção a ele, crendo que Deus soberanamente fará Sua vontade. Diante de uma verdade tão gloriosa, como a doutrina da Trindade, termino citando Agostinho de Hipona, faço das palavras dele as minhas: "Senhor, único Deus, Deus Trindade, tudo que disse de ti nesses livros de ti vem. Reconheçam-no os teus, e se algo há meu, perdoa-me e perdoem-me os seus. AMÉM." [3]