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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

O que é adorar em espírito e em verdade?


O que é adorar em espírito e em verdade? O que o Senhor diz à mulher samaritana tem a ver com três grupos de pessoas: os judeus, os samaritanos e aqueles que viriam a adorar a Deus na nova ordem de coisas que estava para ser estabelecida. "Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade". João 4:23-24 A palavra de Deus é a verdade, portanto os judeus que adoravam de acordo com a Palavra de Deus adoravam em verdade. Eles adoravam no lugar correto, que era o templo de Jerusalém, e da maneira correta, que era segundo os preceitos da Lei dada a Moisés. Quando o Senhor curava alguém, mandava que a pessoa se apresentasse aos sacerdotes e fizesse as ofertas conforme mandava a Lei, o que dá a entender que ele reconhecia, não apenas o lugar, que chamava de "casa de meu Pai", mas também a forma como a adoração era conduzida ali e até mesmo a pessoa do sacerdote como autoridade instituída por Deus. Em Levítico 12:6 dizia que "quando forem cumpridos os dias da sua purificação por filho ou por filha, trará um cordeiro de um ano por holocausto, e um pombinho ou uma rola para expiação do pecado, diante da porta da tenda da congregação, ao sacerdote". Quando ele nasceu, seus pais o levaram ao templo "para darem a oferta segundo o disposto na lei do Senhor: Um par de rolas ou dois pombinhos". Lucas 2:24 não faz menção do cordeiro, provavelmente por José e Maria não terem condições para tanto (Levítico 12:8 "Mas, se em sua mão não houver recursos para um cordeiro, então tomará duas rolas, ou dois pombinhos, um para o holocausto e outro para a propiciação do pecado; assim o sacerdote por ela fará expiação, e será limpa". Além disso José e Maria seguiram os outros rituais da Lei, como a circuncisão do menino Jesus e os dias de purificação de Maria por 40 dias após o parto. Resumindo, Jesus era um judeu, de família de judeus, seguindo e reconhecendo a Lei judaica e sua forma de adoração. Até então estava valendo isso, e a própria samaritana testifica que, segundo os judeus, o lugar de adoração era Jerusalém. Que Deus havia estabelecido um único lugar para adoração, isto pode ser visto em Deuteronômio 12 antes mesmo de indicar o lugar físico, que viria a ser Jerusalém, o mesmo onde Abraão levou o seu filho para ser sacrificado, onde Salomão construiu o templo e onde Jesus foi crucificado (ainda que fora dos portões). Os judeus adoravam, portanto, em verdade, isto é, segundo a Palavra de Deus. Porém não se pode dizer que adorassem em espírito, já que, primeiro, não tinham o Espírito Santo habitando em si e, segundo, o próprio Senhor testemunhou, citando Isaías 29:13, que aquele povo adorava a Deus com a boca, mas seu coração estava longe de Deus (Mt 15:8 e Mc 7:6). Os samaritanos, por sua vez, não adoravam nem em espírito, nem em verdade, já que tinham inventado para si mesmos o seu jeito de adorar, o qual não era segundo a verdade encontrada na Palavra de Deus. Até o lugar era diferente, adoravam no monte Gerizim. Mas o Senhor anunciou um tempo em que não seria mais Jerusalém (e muito menos Samaria) o lugar onde se devia adorar, mas em espírito e em verdade. Hoje um salvo por Cristo pode adorar em espírito, porém se a sua adoração não estiver de acordo com a Palavra de Deus ele não estará adorando em verdade. O único documento que temos mostrando a vontade de Deus quanto à adoração cristã são as epístolas dos apóstolos. Adoravam a Deus em grupos, reunidos nas casas! Adorar em Espírito e Verdade João 4.1-24 Quando chegamos aos cultos, ou em especial nos cultos de domingo, ouvimos sempre das pessoas que estão dirigindo o culto, “vamos ouvir o ministério de louvor e adoração”. Mas o que é louvor e adoração? Como podemos classificar se o momento é louvor ou se é adoração? Louvor: qual o significado desta palavra? Adoração: como decifrar? Ao passarmos pelo Evangelho de João vemos um diálogo de Jesus com uma mulher samaritana, diálogo que nos ensina algumas verdades, sobre a adoração e o louvor que o Senhor deseja de seu povo. Nos últimos tempos temos visto uma defasagem muito grande com relação dos louvores que temos apresentado nos cultos ao Senhor. Muitos líderes de louvor tem permitido o mundo invadir o seu ministério. Canções que não tem nenhum conteúdo bíblico, nenhuma base com a palavra de Deus e isso tem prejudicado e destruído muitos ministérios da igreja do Senhor. Mas nós não estamos querendo tratar deste assunto, o intuito deste estudo é falarmos sobre louvor e adoração. Depois nós iremos comentar sobre esse assunto, “porque os ministérios da igreja do Senhor Jesus têm fracassado no momento de se aproximar de Deus”. Voltando ao nosso tema louvor e adoração, Jesus cansado da viagem para em frente a um poço quando ali se encontra com aquela mulher samaritana, puxando algum assunto ele se depara com alguns pontos. Primeiro tradições João 4.9 A mulher samaritana lhe perguntou: "Como o senhor, sendo judeu, pede a mim, uma samaritana, água para beber? " ( Pois os judeus não se dão bem com os samaritanos)". Tradições que nos afastam e nos impede de conhecer o verdadeiro Deus e a verdadeira adoração. Isso tem acontecido com ministérios q tem vivido mais as tradições do que o verdadeiro Deus. Segundo falta de conhecimento Jesus lhe respondeu: "Se você conhecesse o dom de Deus e quem lhe está pedindo água, você lhe teria pedido e ele lhe teria dado água viva" João 4.10 Qual o conhecimento que temos tido de Deus? Jesus fez uma colocação muito importante, se você conhecesse você conhece o Jesus que “você tem adorado”? Podemos fazer outra pergunta. Como conheceremos a esse Jesus que nos conduz a verdadeira adoração? Muitas vezes temos oferecido coisas condenadas ao Senhor, coisas que o Senhor já condenou nós com a nossa mente e os nossos olhos fechados, não temos observado alguns pontos importantes no momento de adorarmos a um Deus soberano, terrível e grande. João 4.12 "acaso o senhor é maior que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, bem como seus filhos e seu gado?" Muitas vezes não enxergamos essa grandeza de nosso Salvador e oferecemos qualquer coisa. João 4.13-15 quando vivemos em tradições, e não vivemos prosseguindo a conhecer Jesus a tendência é sempre estarmos vazios de Deus e cheios do nosso eu. Mas quando conhecemos o nosso Deus, uma fonte transborda em nossa vida para a vida eterna, quando bebemos dessa fonte, isso nos faz conhecer o verdadeiro Deus e a verdadeira adoração. "Jesus respondeu: "Quem beber desta água terá sede outra vez, mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna". A mulher lhe disse: "Senhor, dê-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem precise voltar aqui para tirar água". João 4.13-15 Agora estamos vendo um ministério cheio do poder de Deus, mas ainda falta alguma coisa, pra concluirmos esse tema. João 4.20 "Nossos antepassados adoraram neste monte, mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar". O lugar da adoração, onde devemos adorar, como devemos adorar, a mulher mostrou claramente que ela foi ensinada e conduzida para locais e rituais de adoração, o que tem acontecido hoje? Quem está te conduzindo a adoração, como tem sido a atitude deste guia que você tem seguido, não estou aqui falando de seu líder, mas de sua mente, como ela tem te guiado? De que maneira você tem buscado o Senhor? Nossos antepassados, muitas vezes olhamos para as tradições, para as pessoas, os modelos de adoração que outras pessoas tem apresentado e nós temos seguido alguns modelos pagãos e não temos percebido, ou buscado na Palavra de Deus qual o verdadeiro modelo de adoração que ele aceita. Jesus declarou: "Creia em mim, mulher: está próxima a hora em que vocês não adorarão o Pai nem neste monte, nem em Jerusalém." João 4.21 Jesus mostra neste ponto que a localização do adorador não é nem remotamente mais importante que a atitude do adorador. Deus ele tem observado nossas atitudes. Quer um exemplo? Genesis 4.7 "Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo". Atitudes que nos condenam diante do Rei. Caim foi apresentar uma oferta ao Senhor, mas as suas atitudes eram más. Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta, observe que primeiro o Senhor agradou-se da vida, para depois agradar-se da oferta, seguindo o texto diz, ao passo que de Caim não se agradou o Senhor e nem de sua oferta. Veja que a pessoa está em primeiro lugar, o intuito do coração. As suas atitudes no momento de adorar tem sido boas ou, más? João 4.22 "Vocês, samaritanos, adoram o que não conhecem; nós adoramos o que conhecemos, pois a salvação vem dos judeus." Vocês samaritanos adoram o que não conhecem. Isso é uma palavra muito forte, para os nossos dias, muitos tem falado que adora ao Senhor, que é apaixonado pelo Senhor, que não consegue viver sem o Senhor, tem muitas letras de novos artistas, podemos colocar desse modo, artistas que se dizem adoradores, quando não são, letras distante da Palavra da Verdade. Quando Jesus disse para aquela mulher vocês adoram o que não conhece, porque a salvação vem dos Judeus, ele sabia o que estava falando. Muitos hoje têm gritado sou apaixonado por ti Senhor, mas não conhece a Deus. Para adorar a Deus precisamos conhecer e entender o que sua Palavra diz, quando ele fala em Espírito e em Verdade, a verdade a que ele está se referindo é a palavra de Deus. Precisamos conhecer dentro de sua Palavra o modelo que ele deseja ser adorado., eu não posso adorar a Deus com atitudes erradas, ou com criações minhas, tenho que adorá-lo de acordo com a sua palavra. "No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade" João 4.23,24. No entanto está chegando e de fato já chegou. ELE JESUS O VERBO QUE SE FEZ CARNE (ENCARNADO, HUMANO), estava ali naquele momento, ele chegou agora temos o caminho para adoração, Jesus nosso guia, o guia que nos conduz ao Pai. Adorar em espírito e verdade é adorar Jesus que é espírito e verdade (VERDADEIRO DEUS VERDADEIRO HOMEM, TOTALMENTE DEUS TOTALMENTE HOMEM). Em Espírito, para adoração não dependemos de espaço físico. "Deus é Espírito" significa que o espaço físico não o limita. Está presente em todo lugar e pode adorar-se em qualquer lugar, a qualquer hora. Não é onde adoramos o que conta, a não ser como adoramos. É nossa adoração em espírito e na verdade? Tem a ajuda do Espírito Santo? Como nos ajuda o Espírito Santo na adoração? O Espírito Santo intercede por nós (Rom 8:26), ensina-nos as palavras de Cristo (Jo 14:26) e nos ajuda a nos sentir amados (Rom 5:5). “... Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores”. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4:23, 24). VERDADEIROS ADORADORES Todas as pessoas adoram, afirma a antropologia. O fato não é só saber o porquê ou como eles adoram, mas o que eles adoram. Jesus disse não podemos servir (umas das palavras para adorar) a dois senhores, a Deus e ao dinheiro (Mt 6:24). O termo para ‘dinheiro’ é mamon, uma palavra siríaca que designava a divindade das riquezas. Ou seja, no seu processo de adoração, o homem pode se voltar para qualquer objeto ou pessoa e prestar-lhes a seu culto. Se Jesus estava falando com uma nação que já conhecia o Deus verdadeiro, me pergunto: é possível então perder o foco da nossa adoração? Quais os critérios para uma adoração correta? Como ser adoradores de verdade? O Catecismo Maior de Westminister nos ensina que o fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e gozá-Lo para Sempre. Noutras palavras, o homem só encontra real e plena satisfação adorando a Deus e se sujeitando a Sua vontade soberana. O plano redentivo de Deus consiste em restaurar o homem a seu estado de perfeita adoração a Ele. Cristo veio para fazer isso possível. Ele é o meio pelo qual o homem é capaz de prestar uma verdadeira adoração a Deus. Somente em Cristo, o homem se torna um verdadeiro adorador. ADORANDO EM ESPÍRITO E EM VERDADE Jesus neste texto afirma que a única forma de adoração aceita por Deus é aquela realizada em espírito (en pneumati) e em verdade (kai aletheia). Vamos analisar o que “em espírito e em verdade” realmente significa. O QUE É ADORAR A DEUS EM ESPÍRITO? Calvino comentando sobre este texto, afirma: “Deus, desde o princípio não aprova nenhum outro tipo de adoração que não seja espiritual, o qual concorda com Sua própria natureza[1]”. Há uma linha de pensamento que defende que, adoração em espírito, se trata da parte central do homem, a parte espiritual. Os tricotomistas geralmente seguem este caminho. Eles defendem que o homem é divido em corpo, alma e espírito, contudo, a parte mais importante é o espírito, o meio pelo qual o homem tem contato com Deus. Por isso que se deve adorar a Deus em espírito, com a parte essencial do homem. Esta ideia não passa de uma perspectiva neoplatônica e neo-gnóstica. Ignora-se totalmente a parte material do homem como parte de adoração a Deus. O corpo é considerado como mau e o “aprisionamento” do espírito. Cerimonialismo versus Espiritualidade Basicamente adorar a Deus em espírito significa adorar a Deus não nos moldes cerimoniais da carne, mas adorá-Lo no espírito, nos moldes do céu. Aquela mulher samaritana estava questionando a forma correta de adorar a Deus, e na mentalidade dela adoração estava intimamente ligada ao local e as cerimônias (Jo 4:20). O seu conceito de adoração se limitava a formalidades. Tanto na religião judaica quanto na samaritana, adoração dependia de um lugar e de formas, e ao afirmar que adoração é em espírito, Jesus estava confrontando esta ideia vazia de adorar a Deus. A expressão “em espírito” indica o princípio espiritual na adoração contrastando com o cerimonialismo, os símbolos e as festividades do Judaísmo. Adoração extrapola as formas; ela vai além do exterior; é feita em espírito, na própria essência do homem. Como diz em Salmo 34:18: “Perto está o Senhor dos que têm o espírito quebrantado, e salva os contritos de espírito”. O problema do formalismo é que ignora a dimensão interior e espiritual do homem; no formalismo – o cerimonialismo e o legalismo – a prática externa é mais valorizada do que a interna, o que Jesus combate ferrenhamente. Ele chama os fariseus de sepulcros caiados (Mt 26:27), porque valorizavam o exterior em detrimento do interior; Jesus também diz que o contamina o homem não é o que entra ( um dos aspectos do cerimonialismo da época) e sim o que sai, pois procede do “coração”, da essência do homem, seu espírito (Mt 15:11-18). Este é o principio espiritual da adoração contrastando com as formas, cerimônias e legalismos. A vida no Espírito Adorar a Deus em espírito também diz respeito à vida do Espírito Santo em nós, que é a própria natureza de Deus. Entender o culto e a adoração a Deus apenas como um conceito espiritual, pode acabar num reducionismo. Cristo afirma que a essência de Deus, deve ser a essência de nossa adoração “Deus é Espírito, e importa que O adoremos em Espírito” (v. 24). É fato que esta afirmação de Jesus, “em espírito”, aponta para a obra do Espírito Santo na vida do crente. Esta forma de interpretação é coerente e relevante porque é harmoniosa com a teologia Joanina a respeito do Espírito. João é o escritor evangelista que mais fala da pessoa e obra do Espírito Santo. Por esta razão, quando ele escreve estas palavras, com certeza, ele faz uso uma bagagem teológica que ele desenvolve no decorrer dos seus escritos. A adoração que Deus procura não se resume ao espírito do homem, porque ele é totalmente mau e está corrompido pelo pecado; nem esta adoração é apenas um principio espiritual, senão, estaríamos afirmando que haveria uma maneira de adorar a Deus sem a essência de Deus no homem (João 4:24 – Deus é Espírito). A única forma de adoração a Deus é a que nasce e se processa do e no Espírito de Deus na vida no eleito. Esta teologia é totalmente condizente com a pneumatologia no Novo Testamento. Algumas pessoas usam o argumento de que não pode ser o Espírito Santo porque a palavra não em capital, ou seja, em letra maiúscula. Esta lógica apresenta uma falha. O termo que se refere a Deus como espírito, no versículo 24, também está em minúsculo, e nem por isso pensamos que poderia ser outro espírito, que não seja o Espírito Santo. Ate porque, o fluir que se dá a entender aqui é que realmente Jesus está falando do Espírito de Deus que transforma e revitaliza a adoração do verdadeiro servo de Deus. O QUE É ADORAR A DEUS EM VERDADE? A palavra “verdade” e suas variantes como “verdadeiro” ou “verdadeiramente”, aparecem 94 vezes em todas as cartas escritas por João. A verdade, sua essência e suas implicações, é desenvolvido por João de maneira peculiar. Deve ser estudada como um fundamento da teologia Joanina. Agora, como Pilatos, podemos perguntar: “Que é a verdade”? (Jo 18:38). Cristo é a Verdade Em primeiro lugar, é a Verdade de Deus expressa na pessoa e Obra do Seu único Filho, Jesus o Cristo. É esse desfecho que esta passagem traz - a mulher samaritana encontrando a Verdade! João registra uma afirmação peculiar de Cristo acerca de Si mesmo, a verdade absoluta de Deus ( João 14:6). Ele afirma que está em Cristo e está na verdade (3 Jo 1:4). Em outro trecho, vemos Jesus dizendo que ao conhecer a verdade ela pode nos libertar (Jo 8:32) e logo mais adiante ele afirma que se “o filho vos libertar verdadeiramente sereis livres (VS 36). Nesse caso, vemos que a verdade é a base para nossa santificação. Ou seja, a verdade libertadora e santificadora está na obra do Libertador em nossas vidas; Cristo é a Verdade que liberta! A Palavra de Deus é a Verdade A palavra de Deus também é fonte de toda verdade. Em João 17:17, o evangelista registra uma declaração de Jesus em sua oração sacerdotal, dizendo: “santifica-os na verdade, a Tua palavra é a verdade”. No salmo 119:160 diz que “a soma de Tua palavra é a verdade”. A maneira como conhecemos a verdade é pela Palavra de Deus – a palavra escrita e a Palavra encarnada! Isso é adorar a Deus em verdade! É interessante observar que João afirma que a ação do Espírito de Deus é nos guiar na verdade. João desenvolve um pensamento peculiar sobre a obra do Espírito na vida do crente. O Espírito da verdade (Jo 14:17;) que permanece em nós (2 Jo 1:2) e nos guia em toda verdade (Jo 16:13), é a própria verdade (1Jo 5:7). Isto é, a obra do Espírito em nós é redunda na confirmação da Verdade de Deus e nunca o contrário. Isso traz duas implicações praticas: A primeira implicação é que podemos relacionar com Deus de verdade! Em 1 João 1:6-7 diz: “ 1:6 Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos nas trevas, mentimos, e não praticamos a verdade; 1:7 mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado”. Nota que o pivô de nossa comunhão com Deus é a verdade de Cristo em nós. A mentira, a falta da verdade, é incompatível com nossa vida com Deus. A verdade do Espírito produz em nós uma espiritualidade cujo eixo central é a verdade. Viver uma vida dúbia, hipócrita e mascarada, não faz jus a uma verdadeira espiritualidade. A segunda implicação é que podemos relacionar uns com os outros de verdade! Nota no verso acima que viver a verdade redunda em viver em comunhão de verdade. Ele usa uma situação até mais dramática para exemplificar isso. No capítulo 4 versículo 20 ele diz que se alguém diz que ama a Deus e odeia a seu irmão é mentiroso. Ou seja, esse alguém não tem a verdade. Em outras palavras, a verdade de Cristo em mim, produz um caráter alicerçado e edificado na verdade! Adorando a Deus na verdade ”Em verdade” também implica numa adoração onde a mente é exercida. John Stott em seu livro “Crer é também Pensar”, afirma o seguinte: “ a fé e a visão são postas em oposição, uma a outra, nas Escrituras, mas nunca a fé e a razão”[2]. Ele defende que todo o culto onde a mente não é praticada não é o culto aceitável por Deus. Este é o culto racional (logikos) de que trata o apóstolo Paulo em Romanos 12:1. Esse é o culto de verdade ou o culto em verdade! Cristo fala que a verdade libertadora deve ser conhecida, ou seja deve-se passar pelo crivo da mente, mudando a disposição do coração, gerando uma nova direção da vontade. Um culto onde não tem o uso da mente não é um culto de verdade! Paulo orienta os irmãos de Corinto a usar a suas mentes na adoração ao Senhor. Ele começa dizendo que temos a mente de Cristo ( 1ª Co 2:16), isto é, hoje podemos pensar como Cristo; e ele pede para que eles orassem e cantassem com o entendimento ( 1ª Co 14:14-15). Isto significa que adorar a Deus em Verdade, é entender e responder a Ele de modo racional; é estar consciente de sua ação em nós e como ele nossas decisões devem ser para Sua glória. Desenvolvendo um Estilo de Vida “em Espírito e em Verdade” Já que a nossa única maneira de adorar a Deus é em Espírito e em Verdade, devemos construir toda nossa estrutura de vida, de atitudes, de projetos e perspectivas em cima desta realidade. Andando em Espírito e em Verdade. Significa desenvolver uma espiritualidade onde sou sensível a voz do Espírito (quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas, Ap 2:29;3:6,13 e 22) e respondo a Seu direcionamento ( At 13:2). É também ser cheio do Espírito (Ef 5:18); orar no Espírito ( Jd 20); produzir o fruto que advém de minha comunhão com Ele (Gl 5:22-25) e receber sua capacitação para a realização da obra de Cristo (1ª Co 12). Toda esta dinâmica do Espírito em nós deve produzir a verdade, pois ele nunca contradiz ou distorce a verdade absoluta – escrita e encarnada. Servindo em Espírito e em Verdade. É fruto de minha relação com Deus através de Seu Espírito. O Espírito me capacita a realizar a obra de Cristo me confiando um dom, charis, específico (1ª Co 12 - 14). O corpo de Cristo é composto indivíduos chamados e capacitados pelo Espírito para sua edificação mútua. Servir em Espírito e em Verdade é se deixar ser usado pelo Espírito de Deus para a obra que Ele está realizando no mundo e na vida das pessoas. Louvando em Espírito e em Verdade. É declarar as verdades de Quem Deus é e do que Ele faz através do seu Espírito em nós, o qual clama Aba Pai ( Rm 8:15; Gl 4:6); porque não sabemos adorar como convém (Rm 8:26-27). Isso pode ser feito através de salmos, cânticos e hino espirituais (Cl 3:16;Ef 5:19). Salmos, Cânticos e Hinos espirituais não significam apenas músicas religiosas, mas expressar todo o seu louvor a Deus, através de cânticos e melodias que o Espírito de Deus concede! Muitas pessoas ao invés de Andar, Servir e Louvar a Deus em Espírito e em Verdade, têm apagado a chama do Espírito (1ª Ts 5:19) e até entristecido o Espírito (Ef 4:30) por isso sua adoração a Deus tem sido falha. Contudo, o Senhor ainda procura adoradores que o adorem em Espírito e em Verdade, Ele pode renovar e reavivar nossa vida! A maioria dos cristãos estão familiarizados com o versículo da Bíblia em João 4:24, onde Jesus disse que devemos adorar a Deus em espírito e em verdade, mas quantos de nós realmente fazemos o que Ele diz? Você sabe como adorar a Deus em espírito e em verdade? Tem certeza de que Deus aceita a sua atual forma de adoração? Você adora a Deus, de acordo com as Escrituras? O apóstolo Paulo descreve perfeitamente a verdadeira adoração em Romanos 12:1-2: “Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Esta passagem contém todos os elementos da verdadeira adoração. Primeiro, existe a motivação para a adoração: “as misericórdias de Deus.” Misericórdias de Deus são tudo o que Ele nos tem dado que não merecemos: amor eterno, a graça eterna, o Espírito Santo, a paz eterna, a fé salvadora, sabedoria, esperança, paciência, bondade, honra, glória, justiça, segurança, vida eterna, perdão, reconciliação, justificação, santificação, e muito mais. O conhecimento e a compreensão destes presentes incríveis nos motiva para derramar louvor e agradecimento, em outras palavras, adoração! Também na passagem há uma descrição da forma de nossa adoração: “apresentar os vossos corpos em sacrifício vivo, santo”. Apresentando os nossos corpos significa dar a Deus tudo de nós mesmos. A referência ao nosso corpo, aqui, significa todas as nossas faculdades humanas, toda a nossa humanidade, nossos corações, mentes, mãos, pensamentos, atitudes, tudo o que estão a ser apresentado a Deus. Em outras palavras, necessitamos dar o controle dessas coisas a Ele, assim como um sacrifício literal foi totalmente dado a Deus no altar. Mas como você pode perguntar? Novamente, a passagem é clara: “pela renovação da vossa mente”. Renovamos nossas mentes diariamente purificando-a da sabedoria “do mundo” e substituindo-a com “a verdadeira sabedoria” que vem de Deus. Nós adoramos a Deus com nossa mente renovada e limpa, não com nossas emoções. A primeira carta aos Coríntios 2:16 nos diz que temos “a mente de Cristo”, não as emoções de Cristo. Há apenas uma maneira de renovar nossas mentes, e que é pela Palavra de Deus. É a verdade, o conhecimento da Palavra de Deus, que é o conhecimento da misericórdia de Deus, e estamos de volta onde começamos. Para saber a verdade, acreditar na verdade, para ter convicção sobre a verdade, e amar a verdade, naturalmente resultará em verdadeiro culto espiritual. É convicção seguido de afeto, carinho que é uma resposta à verdade, e não a qualquer estímulo externo. A verdadeira adoração é adoração centrada em Deus. As pessoas sempre estão pensando aonde devem adorar, ou que música que se deve cantar no culto, e que aparência o culto tem para pessoas novas. Focalizando nessas coisas se perde o ponto de vista. Jesus nos diz que os verdadeiros adoradores “adorarão (Deus) em espírito e em verdade” (João 4:24). Isso significa que adoramos do coração, da maneira que Deus nos criou. A adoração pode incluir oração, ler a Palavra de Deus com um coração aberto, cantando, participando em comunhão, e servir aos outros. Ele não se limita a um ato, mas é bem feito quando o coração e atitude da pessoa estão no lugar certo. Também é importante saber que a adoração é reservada somente para Deus. Só Ele é digno e nenhum dos seus servos (Apocalipse 19:10). Nós não devemos adorar aos santos, profetas, estátuas, anjos, todos os falsos deuses, ou Maria, a mãe de Jesus. Adoração é feita para Deus, porque Ele merece e para o Seu prazer somente. A adoração pode ser o elogio público a Deus (Salmo 22:22, 35:18) em um ambiente congregacional, onde podemos proclamar, através da oração e louvor a nossa adoração e gratidão ao Senhor e o que Ele tem feito por nós. A verdadeira adoração é sentida interiormente, e depois sai através de nossas ações. “Imitando outras pessoas” por obrigação está desagradando a Deus e é feito completamente em vão. Deus pode ver através de toda a hipocrisia, que Ele odeia. Ele demonstra isso em Amós 5:21-24, quando Ele fala sobre o julgamento que vem. A verdadeira adoração não se limita ao que fazemos na igreja ou elogio aberto, embora estas coisas são boas e nos é dito na Bíblia para fazê-las. É o reconhecimento de Deus e todo o Seu poder e glória em tudo que fazemos. A mais alta forma de louvor e adoração é a obediência a Ele e a Sua Palavra. Para fazer isso, devemos conhecer Deus, não podemos ser ignorantes Dele. Adoração é glorificar e exaltar a Deus, mostrando nossa admiração e lealdade ao nosso Pai celestial. João trabalha alguns temas recorrentes em seu evangelho e nas epístolas. Há fortes advertências contra os ensinos heréticos do gnosticismo e docetismo, origem dos maiores ataques contra a doutrina das igrejas em sua época. Ele relata com detalhes todos os diálogos e milagres de Cristo que mostram a sua divindade além de sua natureza humana. E ele também dá muita ênfase às mudanças que uma pessoa sofre depois da conversão. Leia sua primeira epístola e observe que esses assuntos são recorrentes; resumidamente nas epístolas, mas extensamente trabalhados em seu evangelho. Quanto às mudanças sofridas pelas pessoas que se convertem, João sequencia duas conversas de Jesus de mesmo tema. A primeira é a conversa de Jesus com Nicodemos; a segunda, sua conversa com a mulher samaritana. Inquestionavelmente a conversa de Jesus com Nicodemos tem ênfase na nova natureza que os filhos de Deus recebem pós-conversão, assunto que ele vem introduzindo desde a abertura de seu evangelho: “Mas, a todos quantos o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus”. João 1:12. Ele passa também pelos símbolos de novo nascimento no batismo e na transformação de água em vinho até, finalmente, narrar a conversa de Jesus com Nicodemos no capítulo 3. A parte chave da conversa com Nicodemos que nos interessa é: “Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.” João 3:6. Acredito que a última sentença, destacada acima, pode explicar como é possível alguém adorar a Deus em espírito. Se João realmente estava elaborando o seu evangelho privilegiando os elementos que conduzem a um pensamento ou entendimento teológico a respeito de Cristo e da nova natureza do convertido, a sequência das histórias de Nicodemos e da história da mulher samaritana é proposital. Precisamos considerar cada uma delas como parte de um todo, do entendimento que se pode ter dessas duas histórias em conjunto. Quando a mulher samaritana questiona Jesus sobre qual seria o local correto para adorar a Deus, ele responde: “Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos; porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem”. João 4:22-23. Em outras palavras, o que Jesus poderia estar dizendo era que não importa o lugar onde se deve adorar, o que realmente interessa é nascer de novo, pois só quem nasce de novo não é mais carne, mas espírito; somente quem nasceu de novo nasceu do espírito e poderá adorar o Pai em espírito em qualquer lugar. Perceba a similaridade entre essas duas declarações de Jesus: 1) “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito”; 2) “Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” Portanto, adoramos a Deus em espírito após recebermos a nova natureza espiritual na conversão e adoramos em verdade quando adoramos com sinceridade e de todo o coração. Eu vejo a ligação entre as declarações de Jesus nas histórias de Nicodemos e da mulher samaritana como um paralelismo muito profundo e intencional da parte de João. Há uma teologia muito complexa entre essas histórias, e o que está exposto neste texto é apenas um vislumbre. Espero que você também possa ver a importância da sua conversão, do nascer de novo, de sua nova natureza espiritual, e como ela faz toda a diferença na sua adoração a Deus!

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